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O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) caminha para ratificar, no fim deste mês, a estimativa de uma taxa de inflação de 0,70% em abril. A avaliação é do coordenador do indicador, Paulo Picchetti, que afastou momentaneamente a possibilidade de um viés de baixa nesta previsão, logo após a divulgação do resultado de 0,93% do índice na segunda quadrissemana de abril.
Segundo Picchetti, havia uma esperança de que o grupo Alimentação ajudasse num processo mais forte de desaceleração do IPC-S no decorrer do mês. O que se viu, no entanto, foi um comportamento lento no movimento de altas menores de alguns alimentos, como os sempre voláteis itens in natura.
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"Aumentou a chance de o IPC-S convergir para aquela nossa projeção inicial de 0,70% para abril no fechamento", comentou Picchetti. "A dúvida, até a semana passada, era se haveria um viés de baixa, com o fiel da balança sendo a parte in natura. Mas está parecendo que não, já que vários alimentos não estão caindo como se imaginava nas pesquisas de ponta (levantamentos mais imediatos da FGV)", explicou o coordenador.
Na segunda quadrissemana de abril, o IPC-S mostrou uma desaceleração de 0,29 ponto porcentual ante a taxa de 1,22% da primeira leitura do mês. O grupo Alimentação subiu 0,97% na segunda medição de abril ante 1,05% da pesquisa inicial.
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Picchetti destacou que o segmento de Hortaliças e Legumes, que era apontado como uma espécie de agente da esperança de uma desaceleração maior dentro da Alimentação, não ajudou tanto na segunda quadrissemana, pois apresentou alta de 1,70% ante elevação de 1,89% da primeira medição de abril. "Dentro deste segmento, já aparecem velhos conhecidos que, pelos dados de ponta, nos fazem antever que falaremos deles num futuro próximo. O tomate, por exemplo, está subindo 7,63% nesta segunda quadrissemana, mas já está avançando mais de 25% na ponta", destacou.
Outros segmentos que atrapalham uma desaceleração mais forte da Alimentação são os de Carne Bovina e o de Laticínios. Conforme Picchetti, o primeiro saiu de uma queda de 0,08%, na primeira quadrissemana, para uma alta de 0,41% na segunda leitura do mês, confirmando uma previsão que o coordenador já havia feito. A parte de Laticínios, por sua vez, subiu 2,12% na segunda quadrissemana e ficou próxima da variação de 2,10% da leitura inicial de abril.
Um exemplo importante de queda na Alimentação anunciado pela FGV é o item batata-inglesa. Na segunda quadrissemana de abril, caiu 10,61% ante recuo de 9,12% na primeira medição do mês.
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A despeito de o comportamento da Alimentação ter frustrado um pouco a expectativa inicial de Picchetti, o cenário de desaceleração traçado por ele para o mês está mantido em relação ao principal agente no processo atual. Entre a primeira e a segunda quadrissemanas de abril, o grupo Habitação passou de uma alta de 3,31% para uma elevação menor, de 2,08%.
De acordo com o coordenador, será este grupo, em função da saída gradual da inflação dos recentes reajustes da tarifa de energia elétrica, que dará o maior tom da desaceleração do IPC-S em abril. Na segunda quadrissemana do mês, a alta no item tarifa de eletricidade residencial foi de 10,02% ante 17,44% da primeira medição.
Outra ajuda no processo deve vir do grupo Transportes, que, na segunda leitura de abril, apresentou variação positiva de 0,19% ante alta de 0,31% na primeira quadrissemana. Para Picchetti, o conjunto de preços vem refletindo os preços mais favoráveis dos combustíveis ao consumidor. A gasolina saiu de um avanço de 1 03% na primeira quadrissemana para uma elevação de 0,32% na segunda medição. Já o etanol ampliou o ritmo de queda, com a variação negativa passando de 0,19% para 0,85%.
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