Economia

Inflação na meta, só em 2017, sinaliza relatório do Banco Central

O BC prometeu no relatório chegar à meta no final de 2016. Mas no mercado, as expectativas são de que a convergência só acontecerá em 2017

Publicado em 24/06/2015 às 12:16

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Apesar do discurso do Banco Central de levar a inflação para o centro da meta em 2016, as novas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) reveladas no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quarta-feira, 24, pelo Banco Central, apontam a convergência para 4,5% somente na metade do ano de 2017.

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A trajetória consta no cenário de referência elaborado pelo BC. Nas projeções do cenário de mercado, a convergência para a meta de 4,5% ainda não apareceu. O BC prometeu no relatório chegar à meta no final de 2016. Mas no mercado, as expectativas são de que a convergência só acontecerá em 2017.

O BC levou para o RTI as expressões "determinação" e "perseverança", que tinham sido citadas pelo presidente da instituição, Alexandre Tombini, em audiência no Congresso, e que agitaram o mercado financeiro no dia da divulgação da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) por estarem no documento. No RTI, o colegiado voltou a destacar os efeitos da ocorrência de um processo de realinhamento entre preços administrados e preços livres e entre preços domésticos e preços internacionais.

"O Comitê reafirma que uma das funções da política monetária é fazer com que os efeitos desses realinhamentos sobre a inflação se circunscrevam ao curto prazo e não se transmitam para horizontes mais longos", trouxe o documento. De acordo com o colegiado, o fato de a inflação atualmente se encontrar em patamares elevados reflete, em grande parte, os efeitos desses realinhamentos, mais uma vez enfatizados como "importantes e necessários".

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Colegiado voltou a destacar os efeitos da ocorrência de um processo de realinhamento entre preços administrados e preços livres e entre preços domésticos e preços internacionais (Foto: Divulgação)

O BC também atribuiu a esses ajustes a alta da inflação no curto prazo, que, segundo a autoridade monetária, tende a permanecer elevada em 2015, "necessitando determinação e perseverança para impedir sua transmissão para prazos mais longos". Ao mesmo tempo em que reconhece que esses ajustes de preços relativos têm impactos diretos sobre a inflação, o colegiado reafirmou sua visão de que a política monetária "pode e deve" conter os efeitos de segunda ordem deles decorrentes, para circunscrevê-los a 2015.

'Vigilante'

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O BC voltou a chamar a atenção para que a política monetária deve se manter vigilante. O termo "vigilante" constava na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e foi incluído hoje também no RTI ação de junho. No relatório de março, não havia referência ao termo "vigilante". O BC reforçou no relatório divulgado hoje que o cenário de convergência da inflação para 4 5% no final de 2016 tem se fortalecido. O banco repetiu que os avanços alcançados no combate à inflação, no entanto, ainda não se mostram suficientes.

O BC disse ainda que a demanda agregada tende a se apresentar moderada no horizonte relevante para a política monetária. Para o BC, o consumo das famílias deve se estabilizar devido a fatores como emprego, renda e crédito; de outro, o financiamento imobiliário, a concessão de serviços públicos e a ampliação da renda agrícola, entre outros, tendem a favorecer os investimentos. As exportações devem ser beneficiadas pelo cenário de maior crescimento de importantes parceiros comerciais e pela depreciação do real.

O BC reforça ainda a avaliação de que decisões futuras de política monetária serão tomadas para a assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5% estabelecida pelo CMN, ao final de 2016.

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