Continua depois da publicidade
O aumento da taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, para 11% ao ano, mostra, para a Força Sindical, que o governo "descumpre o que defendeu antes, ou seja, sua promessa desenvolvimentista de que teria como consequência um pibão". Para a entidade, a alta do juro "repete o script que o Brasil assistiu muitas vezes", referindo-se aos sucessivos aumentos da Selic. "Nas eleições, o tiro pode sair pela culatra, porque é justamente o trabalhador quem mais sente na pele os efeitos nocivos desta política."
A Força Sindical avalia que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) "rifa a economia, com um resultado pífio da produção industrial (que ficou em 0,4% no mês de fevereiro, comparando com janeiro), e já produz desdobramentos negativos no emprego e nas negociações coletivas". Cita um balanço das negociações salariais divulgado pelo Dieese em 2013, indicando que o aumento real médio obtido nas negociações foi de 1,52%.
Os trabalhadores perdem com a inflação e com os juros altos, avalia a Força Sindical. "São obrigados a reduzir o consumo e, no geral, têm dívidas a serem quitadas arcando com juros exorbitantes. Em fevereiro, a taxa média anual dos juros para pessoa física ficou em 97,16%, segundo a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade)", cita a nota, que é assinada pelo presidente da organização, Miguel Torres.
Continua depois da publicidade
"Vale lembrar que o governo, em muitos momentos, estimulou o consumo e indicou que o caminho seria o crescimento da economia. Mas agora, por medo da inflação, implementa uma política anticíclica, que coloca os juros básicos em patamares superiores daqueles registrados no final do governo Lula (10,75%) imobilizando a economia do País e deixando bem claro que está pagando para ver. No final, o que fica evidente é que o governo mantém esta situação para salvar a sua pele nas eleições, e, no final, serão os trabalhadores/eleitores que pagarão a conta desta política equivocada", critica a Força Sindical.