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Com a renda em queda desde o início do ano, os trabalhadores têm recorrido à poupança para ficar com as contas em dia, ou têm se endividado ainda mais. Além disso, 82,2% dos consumidores avaliam que o momento para procurar emprego é difícil - o maior porcentual desde junho de 2007. Todos esses fatores, juntamente com a inflação elevada e o crédito mais restrito, contribuíram para a piora na percepção das famílias sobre sua situação financeira em maio, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).
"Enquanto (a piora da confiança) estava só no aspecto da economia do País, era uma coisa. Agora, a situação está ficando pior no orçamento das famílias, que estão mais endividadas. Tem gente tirando dinheiro da poupança", afirmou a economista Viviane Seda, coordenadora da Sondagem. "Existe uma perda de renda real dos consumidores", acrescentou.
A avaliação ruim sobre a situação financeira foi o principal fator sobre a queda de 0,6% na confiança do consumidor em maio ante abril. As expectativas, por sua vez, subiram 0,3%, resultado considerado estabilidade pela instituição, dado que o nível do indicador ainda é baixo em termos históricos.
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Segundo Viviane, a inflação tem prejudicado muito o orçamento doméstico, pois está mais pressionada em itens básicos como tarifas de energia elétrica e combustíveis, cuja redução de consumo é mais difícil. Mas a avaliação de que o mercado de trabalho está fechando portas está pesando bastante.
Em maio, o porcentual de consumidores que afirmou estar difícil encontrar uma vaga ficou em 82,2% - apenas um ano antes, essa fatia era de 50,2%. "Uma coisa que era uma percepção longínqua (de deterioração no mercado de trabalho) tornou-se real. O consumidor enfrentou um choque de realidade neste início do ano, e quem tinha alguma expectativa (de melhora) começou a ficar pessimista", afirmou.