LEVANTAMENTO

Exportação e turismo geraram mais empregos no país, aponta pesquisa

O levantamento analisa os 5.570 municípios do país e filtra quais cidades empregam pelo menos 10 mil trabalhadores formais, encontrando mais de 660 municípios

Folhapress

Publicado em 11/04/2022 às 23:35

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Em um ranking dos 20 municípios que mais geraram vagas de emprego, em termos relativos, os pesquisadores da CNC observaram que 15 deles são polos turísticos ou polos produtores e exportadores de commodities / Divulgação/Governo do Estado

Continua depois da publicidade

Municípios com vocação turística ou que se destacam na produção e exportação de commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional) estão contribuindo para a redução do desemprego no país, mostra pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Marimex, onde 44 funcionários ganharam bolão da Mega-Sena, anuncia vagas de emprego em Santos

• PAT Bertioga oferece 19 vagas de emprego

O levantamento analisa os 5.570 municípios do país e filtra quais cidades empregam pelo menos 10 mil trabalhadores formais, encontrando mais de 660 municípios. As informações são da Agência Brasil.

"Analisamos município a município como evoluiu o estoque de empregados", diz nesta segunda-feira (11) o economista da CNC Fabio Bentes. Os pesquisadores consideraram o período de julho de 2020, quando o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) começou a registrar saldos positivos, depois da primeira onda da pandemia de Covid-19, até fevereiro de 2022.

Continua depois da publicidade

Em um ranking dos 20 municípios que mais geraram vagas de emprego, em termos relativos, os pesquisadores da CNC observaram que 15 deles são polos turísticos ou polos produtores e exportadores de commodities. "Dos 20, dez são turismo, como Porto Seguro (BA), Araruama (RJ), Balneário Camboriú (SC), entre outros". Em termos de commodities, predominam os municípios com atividade de mineração.

DESTAQUES.
De acordo com a sondagem, Canaã dos Carajás (PA) foi o município com maior variação positiva de ocupações no mercado de trabalho formal durante o período: 66%, ou o equivalente à criação de 7.370 vagas. Já as quatro cidades nas posições seguintes do ranking são localidades com vocação turística: Porto Seguro (BA) registrou avanço de 52% (10.019); seguido por Vacaria (RS), com 44% (7.164); Araruama (RJ), com 39% (5.019); e Ipojuca (PE), com 37% (7.452).

As commodities agrícolas também foram destaques nos municípios de Pederneiras (SP), com elevação de 23% dos postos de trabalho (2.590) e Santo Antônio de Jesus (BA), também registrando avanço de 23% (4.152), nos quais predominam as produções de açúcar e citricultura, respectivamente.

Continua depois da publicidade

Segundo Fábio Bentes, o estudo leva à conclusão de que a retomada da atividade econômica, depois das fases mais agudas da pandemia, teve maior efeito sobre municípios produtores de commodities.

Ainda de acordo com Bentes, no caso do turismo, setor que mais sofreu na pandemia, observa-se, neste momento, uma tendência de acúmulo da geração de postos de trabalho nos últimos 20 meses. Ato contínuo, a atividade apresenta a recuperação mais evidente. "Foi o que mais apanhou durante a pandemia, mas em compensação, e justamente por conta disso, é o que tem mais potencial de regeneração do mercado de trabalho", diz Fabio Bentes.

O economista diz que, à luz do Caged, o mercado de trabalho brasileiro gerou, nesse período de 20 meses, mais de 4,44 milhões de vagas, o que demonstra avanço de 12% no estoque de todos os municípios. "Mas a gente teve municípios com taxa de crescimento de 70%, 50%, 40%. Ou seja, um indício de que, passadas as fases mais agudas da pandemia, o turismo, de certa forma, está conseguindo se regenerar".

Continua depois da publicidade

Bentes destaca que o setor ainda não voltou a empregar a mesma quantidade de pessoas que empregava antes da pandemia, da ordem de 3 milhões de trabalhadores em atividades turísticas. Conforme estimam os dados mais recentes, está na casa de 2,8 milhões.

"É um setor que tem potencial de recuperação, mas, com inflação alta, juros altos, determinados serviços com preço variando de forma significativa, pode ter essa tendência de recuperação freada. Sai de cena a crise sanitária e entra em cena essa deterioração das condições econômicas. Daí o Índice de Preços ao Consumidor Amplo [IPCA] de 11%, que prejudica o setor de turismo", declara o economista.

Ele não descarta, entretanto, que o número de empregados contratados pelo setor de turismo retorne a patamares anteriores à pandemia. Mas tudo vai depender da melhora da economia, do não surgimento de uma nova onda da Covid-19.

Continua depois da publicidade

Bentes diz que após a criação de 2,76 milhões de vagas em 2021, ano em que a economia brasileira cresceu 4,6%, a perspectiva de avanço mais modesto do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, da ordem de 0,5%, deverá levar à geração de menos postos de trabalho. Diante desse cenário, a CNC projeta para este ano saldo positivo de 1,61 milhão de vagas de trabalho formais.

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software