Economia
A previsão de Weeks para o desfecho da reunião desta quarta-feira, 3, do Copom é de um aumento 0,50 ponto porcentual na taxa de juro de referência da economia brasileira, para 13,75% ao ano
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A não ser pelo modelo do Banco Central mais otimista na comparação com todas as projeções de inflação do mercado para 2016, as críticas feitas à autoridade monetária por economistas ditos mais "moderados" são vistas como "non sense" pelo chefe do Departamento Econômico da Garde Asset Management, Daniel Weeks. Mesmo porque, segundo ele, a inflação não está nem perto de chegar à meta. O economista se refere às análises de parte dos economistas de que o BC estaria exagerando em sua política de aperto monetário.
A previsão de Weeks para o desfecho da reunião desta quarta-feira, 3, do Copom é de um aumento 0,50 ponto porcentual na taxa de juro de referência da economia brasileira, para 13,75% ao ano, e manutenção do comunicado mais conservador, como forma de deixar as portas abertas, com viés, para mais uma alta de 0,50 ponto porcentual no Copom seguinte. "A ata poderá dar uma ênfase maior ao fato de que o mercado de trabalho desacelerou ainda mais, mas deverá manter o parágrafo dizendo que 'os avanços alcançados no combate à inflação ainda não se mostram suficientes e que, nesse contexto, o Copom reafirma que a política monetária deve se manter vigilante'", disse Weeks ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, ao avaliar o possível conteúdo da ata do Copom, a ser divulgada na semana que vem.
Ele conta que seu cenário básico continua sendo de uma Selic final de 14%, mas acha que a probabilidade de a taxa básica avançar além deste porcentual se tornou muito grande. "Primeiro porque se o BC quiser mesmo convergir a inflação para 4,5% em 2016 como vem reiterando, terá que fazer mais", disse o economista. Outro ponto, segundo Weeks, é que a inflação não chegará a 4,5% nem no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho. "Para mim, o documento deverá trazer uma projeção de inflação de 4,7% a 4,8% para o ano que vem. O BC deverá incorporar na sua projeção a surpresa com a inflação no segundo trimestre e um dólar perto de R$ 3,15", disse.
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Além disso, de acordo com o chefe do Departamento Econômico da Garde, o fiscal tem se mostrado mais difícil do que o antecipado. Por fim, diz ele, ainda que a atividade esteja mais fraca do que nas projeções do BC, o efeito secundário da alta da inflação, principalmente de energia, tem sido muito maiores do que se imaginava. "Acho que seria bem-vindo o BC explicar as principais divergências do modelo dele com o resto do mercado e o porquê de suas projeções estarem tão longe até mesmo das previsões mais otimistas", sugeriu o economista.