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A atividade econômica do quarto trimestre surpreendeu, fechando 2013 com crescimento de 2,3% e motivando algumas revisões para cima nas projeções para 2014. No ano passado, a economia foi marcada por aumento expressivo nos investimentos e por safra agrícola recorde, informou nesta quinta-feira, 27, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A indústria, entretanto, viu sua fatia na geração de renda encolher para o menor nível pelo menos desde 2000. O setor externo também contribuiu negativamente para o resultado geral, com importações superando muito as exportações
Segundo o IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB, soma de toda a renda gerada no País) avançou 0,7% no quarto trimestre em relação ao período imediatamente anterior, recuperando a queda de 0,5% no terceiro trimestre. A principal mudança positiva verificada na passagem de 2012 para 2013 foi o crescimento dos investimentos, com alta de 6,3%. Alguns analistas previam recuo nos aportes no quarto trimestre, mas houve alta. O governo comemorou os resultados.
Pesquisa feita nesta quinta mesmo com 14 instituições do mercado financeiro pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, aponta para uma alta de 0,3% no PIB deste primeiro trimestre. No entanto, dada a surpresa com o PIB, muitos economistas ainda não tinham refeito suas contas.
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A consultoria Tendências manteve sua projeção de crescimento econômico de 2,1% para 2014, mas retirou o "viés baixista" da perspectiva. Segundo economistas, o crescimento um pouco maior pode minimizar o pessimismo em relação à economia brasileira, reduzindo as chances de rebaixamento da nota do País junto às agências classificadoras de risco.
Para a professora da PUC-Rio e diretora da consultoria Galanto, Monica Baumgarten de Bolle, os dados dão um "choque de realidade sobre a economia do País", mostrando que foram "precipitadas" as avaliações de que o Brasil estava entrando num ciclo muito negativo de desaceleração.
De acordo com o economista-chefe da LCA Consultores, Braulio Borges, há uma perspectiva de crescimento maior neste ano por conta do "carregamento" do avanço inesperado do PIB no fim de 2013, mas ele preferiu não rever a projeção de alta de 2,1%. Segundo Borges, a surpresa com o crescimento do PIB de serviços no ano passado fez diferença.
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Por outro lado, a inflação contribuiu para desacelerar o consumo das famílias ao corroer a renda, reduzindo o ritmo de alta da massa salarial real. Ao mesmo tempo, o consumo do governo aumentou sua participação no PIB para o maior nível desde 2000, em meio às discussões em torno dos gastos públicos.
O setor externo teve impacto negativo sobre o resultado da economia. As trocas de bens e serviços com o resto do mundo tiraram 0,9 ponto porcentual do crescimento do País no ano passado. Se dependesse só da demanda interna, o crescimento teria sido de 3,1% em 2013.
O peso dos impostos também fizeram diferença no PIB, adicionando 0,2 ponto porcentual no crescimento de 2,3%. "O volume dos impostos cresceu mais do que o valor adicionado e puxou o PIB para cima", disse Rebeca Palis, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.
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Isso ocorreu porque as pessoas pagaram mais impostos (em quantidade, não em valor), sobretudo em serviços como a energia elétrica, sobre a qual incide o imposto estadual ICMS.