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Após o leve recuo na sexta-feira, o dólar voltou a emplacar ganhos consistentes ante o real nesta segunda-feira, 27, em meio a um forte movimento no mercado futuro. Além da desconfiança com a economia brasileira e de vários países emergentes - o que favorece a busca pela moeda americana -, operadores citaram uma grande operação ocorrida pela manhã, de compra de dólares no mercado futuro, para justificar o avanço das cotações.
No fim, o dólar à vista registrou alta de 1,04% no balcão, cotado a R$ 2,4220. É a maior cotação de fechamento desde 22 de agosto do ano passado. Já a moeda para fevereiro terminou com elevação de 0,96%, a R$ 2,4275.
Pela manhã, após abrir em leve alta, o dólar à vista chegou a oscilar no território negativo, influenciado pelo leilão de swaps do Banco Central (equivalente à venda de dólares no mercado futuro). Mais cedo, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, também tentou acalmar os investidores, afirmando, durante um evento em Londres, que a depreciação do real desde o pico de julho de 2011 até agora é um movimento normal e que é possível ver alguns progressos no combate à inflação. Na cotação mínima da sessão, às 10h30, o dólar atingiu R$ 2,3910 no balcão (-0,25%).
No entanto, a divulgação de alguns dados ruins nos EUA contribuiu para o aumento da aversão ao risco nos mercados internacionais, o que deu força ao dólar ante moedas como o real Segundo o Departamento do Comércio americano, as vendas de moradias novas caíram 7% em dezembro, para a taxa anual sazonalmente ajustada de 414 mil. Economistas consultados previam recuo de 1,9%. Este foi o resultado mais fraco desde meados do ano passado.
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No Brasil, operadores ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, também chamaram a atenção para uma grande operação de compra de dólares no mercado futuro, ocorrida pela manhã. "Foi coisa de uma corretora só, fazendo hedge em derivativo", comentou profissional da mesa de câmbio de um banco. "E quem vendeu (dólar no futuro), acabou ficando descoberto e, depois do almoço, puxou um pouco mais o dólar."
Outro profissional, de uma corretora, citou a operação e disse que ela começou, na verdade, na sexta-feira. "Eles venderam muito na sexta e, hoje, entraram comprando, recompondo posição", descreveu.
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"Na verdade, apesar dessa operação (no mercado futuro) que chamou a atenção hoje, a tendência é de alta para o dólar (ante o real), por tudo o que vemos no exterior", ressaltou o profissional. "Além disso, tem a decisão do Federal Reserve desta semana. E para não ter nenhuma surpresa, é melhor ficar comprado em dólar do que vendido", acrescentou.