Economia
Pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que apenas 16% dos brasileiros pretendem usar o dinheiro para pagar dívidas em atraso
Décimo terceiro salário deve ser usado para quitar dívidas, orienta especialista / Divulgação
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O recebimento do 13º salário, que deve acontecer nos próximos dias, é sempre um período de alívio para o bolso dos consumidores. Trata-se de um dinheiro extra que pode ajudar tanto no pagamento de dívidas, quanto nas comemorações de Natal e Réveillon. Mas uma pesquisa feita em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offer Wise Pesquisas, mostra que, este ano, apenas 16% dos brasileiros que têm direito ao valor pretendem usar o dinheiro para pagar dívidas em atraso.
Para Sílvia Verreschi, advogada e CEO do Grupo Verreschi - empresa que atua em recuperação de crédito e assessoria jurídica -, esse número representa uma parcela muito pequena da população, pensando nos 45% dos brasileiros que estão endividados, e que as pessoas deveriam considerar o valor para sanar suas pendências financeiras, principalmente porque é um período excelente para negociar dívidas.
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“As empresas em geral realizam campanhas de negociação nesta época do ano. Muitas oferecem até 90% de desconto. Além disso, as pessoas precisam pensar que 13° salário é um recurso extra, fora do orçamento mensal familiar, e que muitas empresas oferecem descontos agressivos para quitação à vista e/ou solicitam entrada imediata. O 13° dá, portanto, poder de negociação ao devedor, o que permite um acordo e quitação muito mais vantajosos”, comenta.
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Para a especialista, com o dinheiro em mãos, é necessário analisar as dívidas e definir as prioridades. “Por exemplo, dívidas relacionadas a necessidades básicas, como água, luz e gás devem ser quitadas em primeiro lugar. Depois, pode-se analisar as que possuem juros altos, como cheque especial e cartão de crédito. Outro critério são as que já negativaram o nome e que impossibilitam novos créditos”, orienta Sílvia Verreschi, que ainda sinaliza: “procure seus credores e solicite uma proposta. Nunca aceite a primeira oferta, sempre dê uma contraproposta jogando o valor bem inferior ao proposto pelo credor”.
Outra orientação da advogada é analisar todos os cenários e evitar novas dívidas: quitação à vista, parcelamento no boleto e no cartão. Antes de fechar o acordo é muito importante destinar um tempo para pensar, conversar com a família e analisar se conseguirá cumprir com a negociação. E, após quitar as dívidas, a recomendação é começar a construir uma poupança de emergência para gastos inesperados, definindo um valor para ser depositado mensalmente, fazendo também um orçamento mensal, registrando todos os rendimentos e projetando as despesas.
“Cuidado com o cartão de crédito e cheque especial. São ótimos produtos de crédito, mas precisam ser usados com moderação e sabedoria para que não se tornem vilões. Por fim, não compre nada pela emoção. Pense com a razão e reflita se a despesa é realmente necessária. Seja disciplinado e não gaste mais do que ganhe”, conclui Sílvia Verreschi.
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