Economia

Consumo de alimentos básicos diminui

As vendas de pão, macarrão, peixe enlatado e açúcar estão em queda. Até o iogurte, símbolo da prosperidade da classe C, não escapou do recuo na hora das compras

Publicado em 12/04/2015 às 17:19

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O fim da euforia com o consumo está chegando ao prato do brasileiro. Após afetar as vendas de imóveis, carros e eletrônicos, agora a cautela nas compras bateu nos produtos do dia a dia do consumidor. As vendas de pão, macarrão, peixe enlatado e açúcar estão em queda. Até o iogurte, símbolo da prosperidade da classe C, não escapou do recuo na hora das compras.

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Pesquisa de mercado feita pela consultoria Nielsen, especializada em consumo, mostra queda nas vendas de itens básicos dos supermercados, da farinha de trigo às massas e aos salgadinhos. Na média, as compras de alimentos ficaram praticamente estáveis, uma queda de 0,1% em relação ao início de 2014. Mas o resultado é especialmente frustrante quando se leva em conta que o mercado estava acostumado a fortes altas nos últimos tempos. Em 2014, as vendas estavam crescendo 5,9% nesta época do ano. Para os especialistas, a alta da inflação e o medo do desemprego afetam a venda de alimentos.

“O desempenho da mercearia salgada (conjunto de alimentos industrializados básicos) no trimestre é o retrato fiel do que ocorreu com as vendas dos supermercados neste início de ano”, diz Sabrina Balhes, analista da Nielsen. Ela destaca que, apesar de os preços terem recuado 2,6% em relação ao ano anterior, já descontada a inflação do período, os volumes de vendas não cresceram.

Pesquisa de mercado mostra queda nas vendas de itens básicos dos supermercados (Foto: Agência Brasil)

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Até mesmo a venda de sorvete e refrigerante, que aumenta no verão, ficou praticamente estagnada este ano. E a venda de cerveja cresceu 2,7% no trimestre, ritmo bem menor que no mesmo período de 2014 (12,4%). A freada já tem impacto na indústria. Em março, os fabricantes de alimentos acumularam estoques excessivos, aponta a Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação da Fundação Getulio Vargas. A piora nos estoques ocorreu especialmente em massas, laticínios, carnes e açúcar.

O encalhe fez a indústria reduzir o ritmo de produção e renegociar preços. Os fabricantes de cervejas cortaram em 4% a produção no 1º trimestre, segundo a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja.

Na indústria de alimentos como um todo, o quadro não é diferente. Até fevereiro, o último dado disponível, a produção da indústria de alimentos cresceu em 12 meses 0,63% e o faturamento real (já descontada a inflação), 0,75%, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia).

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“Fevereiro teve a menor taxa de expansão de vendas e de produção de alimentos desde a crise de 2009”, diz Denis Ribeiro, diretor da Abia. Ao contrário de 2009, as dificuldades hoje ocorrem no mercado interno, que absorve 80% da produção.

Álvaro Furtado, presidente do Sincovaga, sindicato que representa 40 mil varejistas de alimentos no Estado de São Paulo conta que os supermercados reduziram as compras da indústria a partir de fevereiro porque as vendas enfraqueceram no comércio. “Quem comprava para 30 dias

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