Economia
Os dados foram apresentados nesta terça-feira (3) durante o Painel Telebrasil, principal evento de telecomunicações promovido pela Conéxis, a associação das operadoras
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As operadoras de telefonia incluíram 100 milhões de clientes no cadastro positivo, base de dados com o histórico financeiro dos brasileiros, e graças a isso, ao menos 11 milhões -o equivalente à população da Bélgica- passaram a usar serviços financeiros pela primeira vez.
Os dados foram apresentados nesta terça-feira (3) durante o Painel Telebrasil, principal evento de telecomunicações promovido pela Conéxis, a associação das operadoras.
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O levantamento da ANBC (Associação Nacional dos Bureaus de Crédito) mostra que, desde julho de 2019, quando o cadastro passou a vigorar no país, já são 235 milhões de brasileiros cadastrados, o que fez os spreads em operações de crédito caírem dez pontos percentuais, segundo o Banco Central.
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Essa queda foi planejada pelo BC, que, em 2017, começou a implementar uma série de medidas para estimular a competição bancária e ampliar a inclusão dos brasileiros no sistema financeiro.
Antes, os bancos não compartilhavam entre si as informações de crédito (histórico de pagamentos) dos clientes. Com o cadastro positivo, que entrou em vigor em julho de 2019, o sistema passou a ser consultado por instituições interessadas em oferecer crédito.
O resultado foi um aumento da disputa com ofertas mais vantajosas para os clientes. Por isso, houve redução de juros na ponta, segundo o BC.
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Para ampliar o uso do cadastro, o BC traçou uma estratégia de inclusão de registros que começou pelas instituições financeiras. Nessa primeira etapa, foram agregados 124 milhões de brasileiros -praticamente todos bancarizados (com acesso a serviços financeiros).
As operadoras entraram em julho de 2020 e, segundo a ANBC, adicionaram mais 100 milhões de novos registros até março deste ano.
No primeiro trimestre deste ano está prevista a entrada das distribuidoras de energia com 85 milhões de registros de clientes.
Empresas de saneamento básico e distribuidoras de gás encerrarão esse ciclo com a inclusão de mais 52,7 milhões de registros. A adesão ainda não tem data definida, segundo a ANBC.
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No caso das operadoras de telefonia, cerca de 11% dos novos registros nunca tinham utilizado um banco.
"É uma Bélgica incluída [ao sistema bancário]. São pessoas e empresas que antes não eram vistas [pelas instituições financeiras]", disse Elias Sfeir, presidente da ANBC. "O cadastro leva à queda das taxas de juros e permite que haja mais recursos disponíveis [para crédito].
Apesar de a maior parte dos novos registros se concentrar nas regiões Sudeste e Sul, a inclusão dos novos registros pelas teles e pelos bancos melhorou a oferta de crédito nas regiões Norte e Nordeste.
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"Com esse levantamento, dá para ver como estavam no escuro antes", disse Sfeir.
Enquanto em São Paulo e Rio de Janeiro, a média de habitantes cadastrados gira em torno de 75%, nos estados do Norte e Nordeste ela é de 40%.
Durante o evento, o chefe-adjunto de Competição e Estrutura do Mercado do Banco Central, Carlos Brandt, destacou a importância da oferta de internet móvel para o sucesso da agenda pró competição do regulador.
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Brandt afirmou que, graças à massificação do celular, o Pix, sistema de pagamentos instantâneos, já atingiu 50 milhões de usuários, gerando uma economia de R$ 25 bilhões aos brasileiros -tanto para o cliente quanto para os bancos envolvidos no sistema, que foi lançado pelo BC.
Segundo ele, o Pix permitiu que pequenos empreendedores ampliassem suas vendas, gerando renda.
"Vendedores de picolé na praia triplicaram suas vendas porque não precisam mais andar com troco, aplicativos de entregas de comida aumentaram em 40% suas vendas", disse Brandt.
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Apesar desse crescimento, o chefe do BC afirmou que continua em alta o movimento de cartões de crédito e de débitos. Os bancos previam perdas devido à competição dos pagamentos instantâneos com TEDs e DOCs, transferências entre contas com intervalos de compensação e cobradas de cada cliente.