Economia

Cai intenção de compra para Dia dos Pais, diz FGV

Apenas 3,9% dos consumidores pretendem gastar mais do que no ano passado, a menor fatia já observada em toda a pesquisa, realizada desde 2006

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 06/08/2014 às 19:40

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A aceleração dos preços de produtos e serviços ligados ao Dia dos Pais e a própria desaceleração da economia contribuíram para que a intenção de compras na data comemorativa diminuísse em 2014. De acordo a Fundação Getulio Vargas (FGV), apenas 3,9% dos consumidores pretendem gastar mais do que no ano passado, a menor fatia já observada em toda a pesquisa, realizada desde 2006.

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Segundo o quesito especial, apurado na Sondagem do Consumidor de julho, 9,2% dos consumidores devem reduzir o montante de compras enquanto 28,8% pretendem manter o orçamento destinado à compra de presentes para os pais.

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Ambos os porcentuais são menores do que no ano passado, mas a FGV destacou um grande aumento dos indecisos. Mais da metade (58 1%) dos consumidores disse não saber quanto pretendia gastar, fatia abaixo apenas de 2011 e acima dos 48,6% do ano passado.

"A confiança está baixa, e há grande incerteza entre as famílias relacionada principalmente ao mercado de trabalho, à taxa de juros e à inflação", avaliou a economista Viviane Seda, responsável pela sondagem da FGV.

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O indicador de intenção de compras no Dia dos Pais atingiu 94,7 pontos, o menor patamar desde 2009 (92,5 pontos). O quesito é incluído na sondagem desde 2006 e apenas em 2012 ficou de fora da pesquisa.

Recentemente, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) anunciou uma previsão de faturamento de R$ 4,4 bilhões no varejo devido à data comemorativa. O montante significa avanço de 4,3% nas vendas em relação a igual período do ano passado - o resultado mais baixo em dez anos.

"O ritmo mais fraco das vendas no próximo Dia dos Pais resultará principalmente do encarecimento do crédito", afirmou o economista da CNC Fabio Bentes. Segundo ele, além do custo mais elevado, a redução dos prazos para pagamento desde dezembro passado tem desestimulado a tomada de recursos.

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Para a FGV, a inflação também está por trás do menor ímpeto de gastos. Itens que costumam aparecer na lista de presentes e comemorações ficaram 10,3% mais caros nos 12 meses até julho deste ano. No topo dos aumentos aparecem show musical (20,1%) e bares e lanchonetes (11,1%). Em igual período, os preços ao consumidor avançaram 6,9% em média.

A despeito disso, algumas redes varejistas estão otimistas para a data. No caso do Walmart, a expectativa de crescimento é de 20% nas vendas relacionadas ao Dia dos Pais, com destaque para smartphones e tablets. A rede espera um aumento de 25% na comercialização desses itens.

As bebidas também são uma aposta do Walmart, que prevê avanço de 30% nas vendas de uísques e de 10% no caso dos vinhos. No setor de bazar, espera-se grande procura por furadeiras e parafusadeiras.

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De modo geral, a pesquisa da FGV mostra que as roupas continuam liderando a preferência. Mais de 70% dos consumidores pretendem presentear o pai com roupas ou acessórios. A Sondagem do Consumidor é realizada em sete das principais capitais brasileiras e ouve cerca de 2,1 mil consumidores.

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