Economia
O BTG citou como elementos de piora no cenário eventual decretação do estado de calamidade e/ou de abertura indiscriminada de créditos extraordinários para custear gastos ou programas similares aos de 2020
Dentre os fatores locais que ditaram piora no sentimento e motivaram a revisão dos números estão agravamento da pandemia, maiores riscos fiscais e percepção de maior intervencionismo na economia / DIVULGAÇÃO
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O BTG Pactual elevou suas projeções para o dólar ao fim de 2021 e 2022, depois dos movimentos da moeda em março em decorrência da deterioração "substancial" do cenário doméstico e do quadro mais favorável à economia americana, e alertou que, num cenário de maior gasto público e forte alta do risco-país, a cotação poderia terminar o ano em R$ 6,40.
O valor seria alcançado num cenário em que o custo fiscal adicional para financiar gastos de combate à pandemia ficasse entre R$ 200 bilhões e R$ 300 bilhões, o que poderia levar o CDS de cinco anos a 550 pontos-base.
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A PEC Emergencial aprovada em março liberou recursos de até R$ 44 bilhões para o pagamento da nova rodada de auxílio emergencial neste ano. O CDS do Brasil estava em 221 pontos-base nesta quinta-feira (8).
Mas no cenário-base do BTG o dólar fecha o ano em R$ 5,40, acima dos R$ 5,20 previstos antes.
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Dentre os fatores locais que ditaram piora no sentimento e motivaram a revisão dos números estão agravamento da pandemia, maiores riscos fiscais e percepção de maior intervencionismo na economia -esta desencadeada pela troca de comando da Petrobras.
"O principal risco negativo para o nosso cenário de câmbio é uma sinalização de deterioração adicional das contas públicas do país", afirmou o banco em nota.
O BTG citou como elementos de piora no cenário eventual decretação do estado de calamidade e/ou de abertura indiscriminada de créditos extraordinários para custear gastos ou programas similares aos de 2020. Isso "aumentaria o risco país e depreciaria a moeda doméstica", disseram os analistas.
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Mesmo com as novas projeções embutindo um cenário pior, elas ainda apontam queda do dólar até o fim do ano, visto que a moeda estava em cerca de R$ 5,60 nesta quinta. Essa perspectiva de baixa é explicada pelo banco a partir do controle da pandemia no Brasil -que segundo o BTG vai ajudar a diminuir o risco-país-, do aumento da Selic para 5,00% (a taxa está atualmente em 2,75%) e dos maiores preços de commodities no mercado internacional.
Os profissionais lembraram, entretanto, que a volatilidade do real segue "muito elevada" -em torno de 25% no primeiro trimestre de 2021, ante perto de 12% de 2011 a 2019-, por causa do cenário doméstico "adverso" e da incerteza "bastante alta".
"Portanto, enquanto a pandemia não for controlada e a incerteza permanecer elevada, é possível que a taxa de câmbio alcance patamares ainda mais depreciados antes de iniciar trajetória de apreciação sugerida pelos fundamentos."
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Para 2022, a expectativa subiu a R$ 5,60, de R$ 5,00. "O cenário doméstico para 2022 também se alterou de forma substancial com a expectativa de uma eleição presidencial que talvez seja mais polarizada, o que amplificou o cenário de maior risco fiscal no próximo ano", disse o banco.
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