Economia

Brasil pode enfrentar sete anos de baixo crescimento, projeta professor da Ucla

O alerta foi feito pelo professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley, Barry Eichengreen. "Mas isso não é inevitável, basta ver que o País cresceu 4% entre 2003 e 2010"

Publicado em 17/08/2013 às 12:59

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

O Brasil corre o risco de passar por um período de baixo crescimento por sete anos, com crescimento médio ao redor de 2%, caso as atuais condições macroeconômicas sejam mantidas até 2017. O alerta foi feito pelo professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley, Barry Eichengreen. "Mas isso não é inevitável, basta ver que o País cresceu 4% entre 2003 e 2010 e isso pode voltar a ocorrer depois do ano que vem", disse. "Contudo, o investimento é muito baixo e precisaria subir bem mais, especialmente com poupança doméstica. Além disso, é importante também ter maior eficiência dos gastos públicos, sobretudo com educação, e ter um câmbio realista, nem sobrevalorizado nem depreciado", destacou.

O acadêmico ressaltou que países de renda média que registraram taxas elevadas de crescimento por um período de sete anos, sobretudo no Sudeste da Ásia, tiveram com um das molas propulsoras para tal desempenho um nível de investimentos médio de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) ao ano. "E o importante é crescer com o avanço da poupança interna. Como fazer isso é uma questão para o Brasil responder", disse.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Brasil pode enfrentar sete anos de baixo crescimento, projeta professor da Ucla (Foto: Divulgação)

Eichengreen ressaltou que uma política monetária "mais frouxa" no País poderia ajudar, desde que a gestão das contas públicas fosse "apertada". De acordo com o economista, o que são fraquezas atuais do Brasil para crescer mais têm boas chances de serem alteradas para colocar o País num nível de expansão do nível de atividade bem mais expressivo nos próximos anos.

Segundo um estudo que ele realizou com dados de um grande grupo de países entre 1950 a 2010, essas economias saíram de um período de sete anos de forte expansão e registraram uma desaceleração, por outro período de sete anos, com crescimento de 2,7 a 3 pontos porcentuais menor, devido a algumas características: nível muito alto de investimentos (que se torna insustentável ao longo do tempo), moeda desvalorizada e dinâmica demográfica desfavorável.

No caso do Brasil, ele destacou, esses três elementos não são registrados. Por outro lado, esses fatores ocorrem hoje na China Ele ponderou que o país asiático deve registrar crescimento médio de 6% a 7% nos próximos cinco anos. "Isso já está ocorrendo, devido a uma série de questões", destacou.

Uma delas é a mudança do modelo de crescimento, que está deixando de ser guiado pelas exportações e passa a ter um peso bem maior do consumo doméstico. Um outro ponto de destaque é a perspectiva de desaceleração dos investimentos, dado que o nível ao redor de 45% do PIB é insustentável e deve ficar estável numa marca próximo a 35% no médio prazo. "Mas um crescimento de 6% a 7% ao ano para a China é positivo", disse.

Continua depois da publicidade

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software