Economia
A decisão desta quarta-feira, 2, foi a oitava alta consecutiva da Selic, após a taxa chegar à mínima histórica de 2% devido aos primeiros impactos da pandemia de covid-19 sobre a economia
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Após perder a meta de inflação de 2021 e diante da chance de novo descumprimento este ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciou 2022 com mais uma alta de 1,50 ponto porcentual da Selic, sacramentando seu retorno aos dois dígitos, após mais de quatro anos. A taxa básica de juros subiu de 9,25% a 10,75% ao ano - o maior patamar desde maio de 2017.
A decisão desta quarta-feira, 2, foi a oitava alta consecutiva da Selic, após a taxa chegar à mínima histórica de 2% devido aos primeiros impactos da pandemia de covid-19 sobre a economia. Desde o início do ciclo de aperto monetário atual, em março de 2021, o aumento acumulado é de 8,75 pontos porcentuais, o processo mais forte desde 1999, quando, em meio à crise cambial, o BC elevou a taxa em 20 pontos de uma só vez. Quando o presidente Jair Bolsonaro chegou ao poder, a taxa Selic estava em 6,50%.
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O aumento do juro básico da economia reflete em taxas bancárias mais elevadas, embora haja uma defasagem entre a decisão do BC e o encarecimento do crédito (entre seis meses e nove meses). A elevação da taxa de juros também influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos.
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Indicado pelo Copom no encontro de dezembro, o movimento desta quarta já era esperado pelo mercado financeiro. Todas as 59 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast previam aumento de 1,50 ponto porcentual da taxa básica de juros, de 9,25% para 10,75%. Para o fim deste ano, a estimativa é que a Selic chegue a 11,75%. Os economistas consultados ainda esperam taxa de 8% no final do ano que vem.
Por trás dessa alta acelerada dos juros está a inflação em patamares muito elevados - a maior parte dos analistas espera que o BC não cumpra o teto da meta de 5% em 2022, pelo segundo ano consecutivo. O cenário com que o Copom precisou lidar na reunião incluiu inflação acima do esperado no IPCA-15 de janeiro e a sinalização do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de que pode começar a subir juros a partir de março.
Juro real
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Com os oito últimos aumentos da Selic, o Brasil voltou a ter a maior taxa de juro real (descontada a inflação) do mundo, em uma lista de 40 economias.
Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro está agora em 6,41% ao ano. Na sequência, aparecem Rússia (4,61%) e Colômbia (3,02%). A taxa real média desses 40 países está em -1,27%.