ECONOMIA

Banco Central sobe novamente a Selic em 1,5 ponto, a 9,25% ao ano

A taxa é a maior em quatro anos, quando atingiu 9,25% em julho de 2017, ainda no governo de Michel Temer

Folhapress

Publicado em 08/12/2021 às 19:05

Atualizado em 08/12/2021 às 19:05

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Com a Selic acima de 8,5% ao ano, o cálculo do rendimento da poupança muda e passa a ser de 0,5% ao mês mais a TR (Taxa Referencial) para todas as cadernetas / Marcello Casal Jr / Agência Brasil

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Conforme sinalizado na reunião anterior, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou a taxa básica (Selic) novamente em 1,5 ponto percentual, a 9,25% ao ano, nesta quarta-feira (8).

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A taxa é a maior em quatro anos, quando atingiu 9,25% em julho de 2017, ainda no governo de Michel Temer (MDB).

Na reunião anterior, em outubro, o BC elevou a taxa também em 1,5 ponto percentual e indicou que faria nova alta da mesma magnitude em seguida.

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De acordo com o relatório Focus desta semana, em que o BC divulga projeções do mercado, economistas esperam que os juros fechem 2022 a 11,25% ao ano.

Com a Selic acima de 8,5% ao ano, o cálculo do rendimento da poupança muda e passa a ser de 0,5% ao mês mais a TR (Taxa Referencial) para todas as cadernetas.

A decisão veio em linha com as projeções do mercado. Levantamento feito pela Bloomberg mostrou que todos os analistas consultados esperavam elevação de 1,5 ponto na Selic.

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O ciclo atual de alta da taxa básica é o mais agressivo desde 2002, com elevações bruscas, e é o que terá maior diferença entre a taxa inicial e a final desde a criação do sistema de metas para inflação, em 1999.

O choque de juros é uma resposta do BC à escalada de preços observada desde o fim do ano passado e às sucessivas revisões para cima das expectativas de inflação para o próximo ano.

Para este ano, há consenso no mercado e no BC de que a inflação deve estourar a meta fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) em 3,75% -com 1,5 ponto percentual de tolerância para cima e para baixo.
As estimativas crescem semana a semana.

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Segundo o Focus, o indicador deve ficar em 10,18% em 2021, 4,93 pontos percentuais acima do máximo permitido. Há um mês, a projeção era de 9,33%.

No horizonte relevante -para quando o BC entende que a política monetária faz efeito- as expectativas de inflação vêm crescendo. Para 2022 e 2023 as projeções estão em 5,02% e 3,50%, respectivamente, ambas acima do centro das metas para os períodos, de 3,5% e 3,25%.

Para o próximo ano, o número já está acima do máximo permitido no intervalo de tolerância, que é de 5%.

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A escalada de preços no país começou no fim do ano passado decorrente de uma série de choques, como mudança na demanda por alimentos na pandemia, problemas em safras com chuvas e geadas, elevação nos preços das commodities acompanhada de desvalorização do real, e agora a crise hídrica, que encareceu a conta de luz do brasileiro.

O cenário foi agravado pela percepção do mercado de piora no regime fiscal, quando o governo pode ser negligente com as contas públicas.

O controle da inflação é a principal atribuição da autoridade monetária. Para isso, o BC define a meta da taxa básica de juros.

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Quando a inflação está alta, o Copom sobe os juros com o objetivo de reduzir o estímulo na atividade econômica, o que diminui o consumo e equilibra os preços. Caso contrário, o BC pode reduzir juros para estimular a economia.

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