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Após a alta de 0,10% registrada em julho, os preços ao consumidor devem ganhar força neste mês, prevê o superintendente adjunto de inflação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Mas será uma aceleração lenta, afirmou, já que alguns itens ainda devem se desfazer de influências trazidas pela Copa do Mundo.
Do lado dos alimentos, a queda de 0,90% observada entre os itens consumidos no domicílio deve desaparecer aos poucos. "Não vai mais repetir uma queda tão forte quanto essa, porque foi puxada principalmente por alimentos in natura, que têm um ciclo curto", explicou Quadros. Ainda que nem todos passem para o positivo, o ritmo de queda será bem menor, segundo o superintendente.
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"Mas tem outros itens que provavelmente vão contribuir ainda para manter a taxa sob controle, como derivados de trigo e da soja", ponderou. "Por tudo isso, a tendência da alimentação no domicílio é acelerar. Não digo que vá ficar positiva, para isso precisaria ter um choque. Mas acho que ela vai estar em nítida transição para terreno positivo", acrescentou.
No Índice de Preços ao Consumidor como um todo, a desaceleração nos preços de lazer deve contrabalançar a retomada nos preços de alimentos. As passagens aéreas já caíram 17,58% em julho, e não devem subir justamente no período de baixa temporada. No caso dos hotéis, ainda não houve devolução dos aumentos expressivos observados durante a Copa, observou Quadros. "O IPC vai ter um pouco mais de desaceleração do lazer, dos hotéis, mas como um todo, lentamente deve acelerar", disse.
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Apesar do baixo IPC no mês, Quadros ressaltou que o índice em 12 meses acumula alta de 6,85%, e cerca de um quinto dos produtos tem avanço superior a 10%. "Os resultados negativos podem dar ideia mais favorável do que realmente está, mas não vamos esquecer que algumas partes da inflação estão fortemente pressionadas", disse.