Economia

Aumento da Selic pode reforçar fuga de recursos da poupança

Ontem (3), o Comitê de Política Monetária elevou os juros em 0,5 ponto porcentual, para 13,75% ao ano

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 04/06/2015 às 11:56

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O aumento da taxa básica de juros (Selic) ampliou ainda mais a rentabilidade dos fundos de renda fixa em relação à poupança. Ontem (3), o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou os juros em 0,5 ponto porcentual, para 13,75% ao ano.

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A simulação feita pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostra que a poupança só é a melhor opção de investimento nos casos em que a taxa de administração dos fundos supera 3% ao ano (ver na tabela). “A alta da Selic vem aumentando a vantagem dos fundos. Hoje, eles batem a poupança na maioria das ocasiões”, afirma Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de Estudos Econômicos da Anefac.

No médio prazo, porém, o contínuo aumento da rentabilidade dos fundos pode levar os bancos a aumentar as taxas de administração dos fundos. “Há três ou quatro anos, à medida que começaram a perder negócios para a poupança com a queda dos juros, os bancos reduziram as taxas de administração. Nada impede que ocorra o movimento contrário”, diz Oliveira. “Não acredito que isso aconteça tão cedo, mas no médio prazo é uma possibilidade; então o investidor tem de ficar atento.”

Aumento da taxa Selic pode reforçar a fuga de recursos da poupança (Foto: Divulgação)

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A contínua perda de atratividade da poupança tende a dificultar ainda mais o financiamento imobiliário no País. Principal fonte de recursos do crédito imobiliário, a caderneta de poupança perdeu R$ 30 bilhões no primeiro quadrimestre, o que se tornou um entrave adicional para o setor num momento de desaceleração econômica.

Com os juros a 13,75% ao ano, a poupança tem um rendimento mensal de apenas 0,62%, segundo a Anefac, insuficiente para trazer ganhos reais elevados. Em maio, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) foi de 0,60%. “A diferença entre a poupança e produtos referenciados ao CDI vai ficar ainda mais gritante, o que vai incentivar ainda mais a saída da poupança”, diz Michael Viriato, coordenador do Laboratório de Finanças do Insper.

Uma parte da movimentação dos investidores já ficou evidente. De janeiro a abril deste ano, o Tesouro Direito ganhou mais de 41 mil investidores. O resultado foi mais que o dobro do verificado no mesmo período de 2014.

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