Economia

2015 é ano de ajuste no Brasil, diz FMI

Na medida em que as medidas da equipe econômica para arrumar a economia vão progredindo, a confiança dos empresários e consumidores deve se recuperar dos atuais níveis baixos

Publicado em 03/05/2015 às 15:39

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O ano de 2015 é um ano de ajuste para o Brasil e na medida em que as medidas da equipe econômica para arrumar a economia vão progredindo, a confiança dos empresários e consumidores deve se recuperar dos atuais níveis baixos, afirma o diretor do departamento para o Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), Alejandro Werner. Para ele, o Banco Central do Brasil tem mostrado um "compromisso muito claro" de trazer a inflação para perto da meta de 4,5%.

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"À medida que a implementação dessas políticas de ajuste comece a se refletir nos números, isso vai fazer com que a confiança vá se recuperando e, eventualmente, depois de um período, pode haver um processo de recuperação do investimento", afirmou o diretor, citando que os empresários tem reduzido os gastos por conta do aumento da incerteza. Werner falou com jornalistas para comentar um novo relatório que o FMI divulgou na semana passada, chamado "Perspectiva Econômica Regional: Hemisfério Ocidental". O documento prevê que o Brasil terá em 2015 a desaceleração mais severa da economia em mais de duas décadas.

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"A economia do Brasil vem enfrentando uma desaceleração importante", disse Werner na entrevista, afirmando que vários indicadores do país estavam mostrando piora, como o déficit em conta corrente, a inflação e as contas fiscais. Por isso, a necessidade de medidas do governo para arrumar a economia.

"O governo brasileiro anunciou um ajuste importante para recuperar a confiança e a sustentabilidade das finanças públicas. Além de um aumento importante dos juros para conter a inflação e as expectativas de inflação de médio prazo", disse Werner. Após subir 8% este ano, refletindo o ajuste em preços administrados, a previsão do FMI é que a inflação, medida pelo IPCA, reduza o ritmo de alta em 2016, para 5,4%.

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O próprio ajuste na economia, com corte de gastos e elevação dos juros, vai contribuir para afetar a atividade econômica em 2015. "Neste contexto, antecipávamos que a desaceleração que já vinha registrando a economia brasileira ia continuar", ressaltou Werner. Na medida em que o ajuste avance, o diretor afirma que a expectativa é de recuperação da credibilidade dos agentes "no conjunto de políticas macroeconômicas", com o Brasil voltando a crescer em 2016. O FMI projeta contração de 1% este ano na economia e expansão de 1% no ano que vem.

Petrobras

Outro impacto na atividade econômica no curto prazo vem da queda do preço do petróleo e da Petrobras, ressalta o diretor do FMI. As cotações mais baixas da commodity devem afetar o investimento do setor, que já vem sofrendo as implicações das denúncias de corrupção na Petrobras.

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