Viaduto Rubens Paiva liga o bairro Jardim Casqueiro a região central de Cubatão / Divulgação/PMC
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O viaduto construído sob a Rodovia Anchieta, na altura do Jardim Casqueiro, em Cubatão, foi inaugurado em 1971 com o nome “31 de Março”, data em que ocorreu o golpe militar que gerou a Revolução de 1964. Mas, antes de virar um dos “braços” do anel viário que foi construído no local, em 2010, o viaduto foi rebatizado com o nome de uma das vítimas da ditadura: Rubens Paiva, que morreu no ano em que o modal foi inaugurado.
A história de Rubens Paiva está em alta este ano por conta do filme “Ainda Estou Aqui”, que rendeu um Globo de Ouro para a atriz Fernanda Torres, que interpreta a esposa do ex-deputado federal. No próximo domingo, dia 2, o longa-metragem concorre em três categorias do Oscar.
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Na época em que o viaduto do Casqueiro, como é popularmente conhecido, foi inaugurado, Cubatão foi transformada em área de segurança nacional. Naquele ano, Zadir Castelo Branco, primo do presidente da República Carlos Humberto Castelo Branco, era o prefeito da Cidade. O período em que a doutrina da Segurança Nacional estava vigente fez com que Cubatão perdesse a autonomia política (durante 17 anos, de 1968 a 1985).
A mudança de nome do viaduto está contida na lei estadual nº 14.039/2010, publicada no Diário Oficial do Estado, na edição de 16 de abril, tendo sido solicitada em 2009 pelo deputado estadual Fausto Figueira (PT), através do projeto de lei nº 726/2009.
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Rubens Beyrodt Paiva nasceu em Santos, em 26 de dezembro de 1929, formando-se engenheiro civil pelo Mackenzie. Ativo militante da política estudantil, foi em 1962 eleito deputado federal pelo PTB. Alcançando a vice-presidência da Comissão de Transporte do Congresso. Com o golpe militar, teve seu mandato cassado e se exilou na Iugoslávia e na França.
Ao retornar ao Brasil, voltou a exercer a Engenharia, em sua empresa (Paiva Construtora), continuando a manter contato com outros exilados políticos. Em 20 de janeiro de 1971, sua casa no Rio de Janeiro foi invadida por homens armados de metralhadoras, e ele foi dado como desaparecido, acreditando-se que tenha morrido após sessões de tortura, conforme relato do médico do DOI-Codi, Amilcar Lobo. Em 1996, sua viúva recebeu um atestado de óbito, reconhecendo legalmente a morte de Rubens Paiva.