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Verme causador da Meningite é achado no caramujo africano e em outros moluscos no RJ

De acordo com os dados divulgados, foram coletados 2.600 moluscos, dos quais 230 foram encontrados infectados

Márcio Ribeiro, de Peruíbe para o Diário

Publicado em 08/01/2025 às 16:02

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De acordo com os dados divulgados, foram coletados 2.600 moluscos / Márcio Ribeiro/DL

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O verme causador da meningite foi encontrado em moluscos terrestres, incluindo o caramujo gigante africano, caracóis e lesmas. Ele foi detectado em 26 cidades do estado do Rio de Janeiro em coletas realizadas entre 2015 e 2019, mas os dados são de um artigo recém-publicado na revista “Memórias do Instituto Oswaldo Cruz”.

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A pesquisa, realizada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) que identificou a presença do verme Angiostrongylus cantonensis, investigou de forma inédita a presença do parasito em 46 cidades, contemplando as mesorregiões metropolitana e centro fluminense.  

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De acordo com os dados divulgados, foram coletados 2.600 moluscos, dos quais 230 foram encontrados infectados por A. cantonensis, correspondendo a 9% do total.  A ampla disseminação do verme mencionado no Rio de Janeiro alerta para a possibilidade de novos casos de meningite eosinofílica e indicam risco epidemiológico de transmissão da doença. 

Os moluscos terrestres foram coletados manualmente em terrenos baldios, parques, praças e áreas periféricas com vegetação natural.   A espécie, Achatina fulica, popularmente chamada de caramujo gigante africano, foi a mais frequente nas coletas e com maior número de espécimes infectados, entre 14 diferentes espécies identificadas pelos pesquisadores.

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Segundo os estudiosos, os dados indicam que o caramujo gigante africano pode representar o maior risco para a população, considerando sua grande presença nas áreas urbanas.  

O estudo

A investigação foi realizada no âmbito de pesquisa científica desenvolvida pelo Laboratório de Malacologia do IOC, que atua como Laboratório de Referência Nacional para Esquistossomose-Malacologia junto ao Ministério da Saúde. 

O trabalho é resultado de dissertação de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Biologia Parasitária do IOC, por Paulo Sergio Rodrigues, com orientação da chefe do Laboratório de Malacologia, Silvana Thiengo. 

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O estudo contou com colaboração do Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios do Instituto. 

Meningite eosinofílica 

A meningite eosinofílica causa inflamação das meninges, membranas que envolvem o sistema nervoso central, incluindo o cérebro e a medula espinhal.  Dor de cabeça é o sintoma mais comum da doença, mas também podem ocorrer rigidez da nuca, febre, distúrbios visuais, enjoo, vômito e a sensação de formigamento ou dormência.

Na maioria dos casos, o paciente se cura espontaneamente. Porém, o acompanhamento médico é importante porque alguns indivíduos desenvolvem quadros graves, que podem levar à morte. 

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Não existem vacinas contra ela. Crianças e pessoas que entram em contato com a terra em hortas, canteiros ou jardins são consideradas grupos de risco para a doença. Até o momento, a única possibilidade de prevenção é evitar o contato com os vetores ou com as secreções que eles eliminam.

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