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Famoso parque do Rio, sucesso nos anos 90, fechou as portas após uma série de episódios catastróficos
Luana Fernandes
Publicado em 31/10/2024 às 13:06
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Entre altos e baixos, Terra Encantada ficou aberto por 12 anos / Divulgação/Facebook
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O Brasil já teve um dos parques mais modernos da América Latina. Sim! O Terra Encantada, localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, ainda leva o título de maior parque temático já construído no Brasil. Mas tanta grandeza acabou em ruínas 12 anos depois de sua fundação, em 1998.
Considerado a "Disney" brasileira, o parque acumulou um histórico de eventos ‘catastróficos, mortes e problemas na administração desde o seu lançamento. Tantos altos e baixos resultou em portas fechadas em 2010 e demolição.
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No entanto, houve um tempo em que o parque marcou a memória dos visitantes com grandes atrações, shows e lojas. Com um alto investimento, muitos patrocinadores e muitas expectativas, o Terra Encantada tinha tudo para ser sucesso. Mas a história se desenrolou de outra forma. Acompanhe a seguir a cronologia dos fatos, desde o projeto até a demolição do local.
Projeto para a criação do parque foi lançado. Com um investimento de US$ 235 milhões, o Terra Encantada seria construído em uma área de 300 mil metros quadrados. A ideia era lançar um dos parques mais modernos da América Latina. A expectativa era atrair turistas de todo o mundo. Eram esperadas 3,5 milhões de pessoas por ano, o que renderia US$ 70 milhões só em bilheteria.
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Os investimentos abraçaram o projeto e o parque recebeu o apoio de várias empresas nacionais e internacionais: seis patrocinadores (Garoto, Coca-Cola, Kibon, Kodak, Kaiser/Heineken e BR/Petrobrás) investiram US$ 30 milhões. Outros US$ 20 milhões vieram do Bank of America, um dos maiores bancos dos Estados Unidos.
O Serpros, fundo de pensão do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) também entrou com US$ 20 milhões. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) financiou outros US$ 50 milhões do projeto. Os US$ 115 milhões restantes vieram dos empreendedores: o Grupo Esta, do engenheiro Tjong Hiong Oei, e a Tor Empreendimentos e Participações.
Antes mesmo da inauguração, uma série de questões já dava indícios de que problemas estavam a caminho. Segundo pesquisa do site Terra, as informações divulgadas pela imprensa na época falam que o parque foi inaugurado com atraso de três meses - em 16 de janeiro de 1998 - e começou a operar com apenas metade das 90 lojas abertas e cerca de 15 brinquedos funcionando.
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Muitas das atrações prometidas e divulgadas durante o projeto nem chegaram a sair do papel. No entanto, o parque alcançou o sucesso. No auge, o Terra Encantada operou com 90 lojas e 47 quiosques, dos quais 11 restaurantes, 15 bombonieres e 7 bares. Um parque em moldes de shopping.
O Terra Encantada tinha como tema a história, a cultura, as raças e o meio ambiente do Brasil. As ruas, com sinalizações em português, inglês e espanhol, lembravam a Disney World, na Flórida (EUA). No entanto, os personagens do parque foram inspirados em animais silvestres e personagens de lendas brasileiras.
Apesar da grande expectativa de que o Terra Encantada fosse um grande sucesso, problemas com a administração do local foram diminuindo a frequência e o interesse do público.
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Foi assim que problemas começaram a aparecer: comentários negativos, propaganda considerada enganosa e relatos de pessoas que se machucaram nas atrações. Com um mês em funcionamento, por exemplo, atriz Ísis de Oliveira sofreu lesão na coluna cervical após andar no brinquedo Cabum, uma torre de queda livre de 67 metros de altura.
A banda do Litoral de São Paulo, Charlie Brown Jr, se apresentou no parque em março de 2002. Data marcada como início da derrocada do parque… Uma briga generalizada fez com que parte das lojas e quiosques do parque fossem saqueados e destruídos.
A queda de um balão provocou um incêndio no local. A tematização da estação da Monte Makaya, principal atração do parque, foi totalmente queimada e destruída.
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Este foi o ano em que o parque viveu a pior fase de sua história. Um jovem, que participava de uma festa noturna, caiu da atração Monte Aurora e teve traumatismo craniano.
A morte de Heydiara Lemos Ribeiro, de 61 anos, após cair da Monte Aurora, causou o fim das atividades do parque. Em 2010, as portas do Terra Encantada foram fechadas.
As empresas Queiroz Galvão e Cyrela compraram o terreno do parque por cerca de R$ 1,5 bilhão.
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Os brinquedos começaram a ser retirados do Terra Encantada, já em ruínas.
O local foi totalmente demolido e nenhum sinal do que um dia foi um dos maiores parques da América Latina.
