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Se a Ilha Barnabé explodir, Santos, Cubatão e Guarujá voam pelos ares?

Há décadas se fala dos riscos que algum incidente maior possa causar uma explosão mortal e destruir as cidades

Jeferson Marques

Publicado em 03/04/2024 às 11:00

Atualizado em 03/04/2024 às 13:10

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*Foto com caráter apenas ilustrativo / Foto de Torben Bühl/Pexels

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Quinta-feira, 03 de setembro de 1998. O vazamento em uma casa de bombas ao lado do famoso tanque 66 da Ilha Barnabé causou pânico em muitas pessoas que moram na Baixada Santista, principalmente em Santos, Cubatão e Guarujá. Existia ali o risco deste tanque explodir e, assim, acontecer um efeito dominó, explodindo também outras centenas deles, afinal de contas, a ilha acumulava, na época, mais de 170 milhões de litros de líquidos altamente inflamáveis.

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Mas, de fato, essa catástrofe pode acontecer?

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Para quem não se recorda, a Ilha Barnabé fica no estuário do Porto de Santos e, desde 1930 funciona como o maior depósito de produtos químicos e inflamáveis do Brasil.

Mas, voltando a 1998, o incêndio começou por volta de 12h20 daquele 03 de setembro, quando um caminhão-tanque recebia 70 toneladas de diciclopentadieno (DCPD), um produto altamente inflamável. A explosão pode ser ouvida em Santos, Guarujá e Cubatão. O fogo só foi controlado uma hora e meia depois, quando uma segunda explosão, segundo os bombeiros da época, também tinha ocorrido. O prejuízo ficou com o meio-ambiente, flora e fauna do canal do Porto e manguezais.

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Segundo especialistas que deram dezenas de entrevistas à imprensa na época, o risco de uma explosão na Ilha Barnabé com potencial para mandar pelos ares algumas cidades da Baixada Santista não existe. O perigo maior - e bem possível - é a inalação de gases tóxicos pela população, o que colocaria em risco de morte os idosos, crianças pequenas e pessoas com problemas alérgicos graves, asma, bronquite e demais doenças pulmonares.

Rogério Migueis Picado, engenheiro químico e de segurança, disse que uma explosão na Ilha Barnabé só afetaria as cidades vizinhas se os produtos químicos ali armazenados estivessem sob um depósito de pressão, o que não acontece.

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O engenheiro industrial e de segurança, Élio Lopes dos Santos, que também é perito do Ministério Público Estadual (MPE), confirma o que disse Picado, afirmando que nenhuma cidade voaria pelos ares, mas que as nuvens formadas com gases tóxicos representariam um grande perigo às pessoas de toda a Baixada Santista e, a depender da direção e força dos ventos, até para regiões um pouco mais distantes.

Ainda não se sabe como o pânico relacionado à explosões na Ilha Barnabé se espalhou entre os moradores das cidades citadas, mas o importante é não alimentar e nem compartilhar notícias falsas e sempre trabalhar com a verdade, que só é dita por profissionais e estudiosos no assunto.

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