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São Paulo abriga cobra azul de veneno fatal mais perigosa do que cascavel

Seu veneno está entre os mais letais do mundo e, no Brasil, não existe antídoto disponível

Luna Almeida

Publicado em 10/04/2025 às 19:54

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Na natureza, essa espécie vive exclusivamente em ilhas da Indonésia e de Timor-Leste / Divulgação/Governo de SP

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Uma das cobras mais raras e perigosas do mundo está em solo paulista. A Trimeresurus insularis, conhecida como víbora-de-lábios-brancos, é uma serpente originária da Ásia que foi resgatada de traficantes na Bahia e agora está sob os cuidados do Instituto Butantã, na capital de São Paulo.

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Com escamas azuladas e olhos vermelhos, a serpente apelidada de "Menino Bonito" chama atenção não só pela aparência incomum, mas também pelo perigo que representa. 

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Seu veneno está entre os mais letais do mundo, sendo considerado ainda mais perigoso do que o da cascavel, e, no Brasil, não existe antídoto disponível.

Cobra rara e asiática em São Paulo

O exemplar azul da víbora-de-lábios-brancos foi apreendido em 2023 durante uma operação de combate ao tráfico de animais. 

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Ele estava junto com outros 58 animais silvestres. Infelizmente, uma fêmea da mesma espécie não resistiu aos ferimentos e morreu. 

Já o "Menino Bonito" sobreviveu e foi levado para o Instituto Butantã, onde se tornou objeto de estudo.

Na natureza, essa espécie vive exclusivamente em ilhas da Indonésia e de Timor-Leste. A presença da cobra no Brasil só foi possível por conta da ação criminosa de traficantes de animais silvestres, prática que, além de ilegal, coloca em risco a biodiversidade local e a segurança das pessoas.

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O que torna o veneno da víbora tão perigoso

Diferente da neurotoxina das cascavéis, que age diretamente no sistema nervoso, o veneno dessa serpente asiática ataca os tecidos e vasos sanguíneos da vítima. 

Ele provoca necrose, que é o apodrecimento da pele, ao mesmo tempo em que causa hemorragias internas graves.

Sem a existência de um soro específico para esse tipo de peçonha no Brasil, uma picada da víbora-de-lábios-brancos pode ser fatal. 

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Por isso, o Instituto Butantã estuda a composição do veneno para entender melhor seus efeitos e, futuramente, buscar possíveis tratamentos.

O animal oferece risco à população?

Apesar do veneno extremamente perigoso, o "Menino Bonito" está em segurança dentro do Instituto Butantã e não oferece risco ao público. 

Especialistas alertam que, caso alguém encontre um animal exótico como esse, a orientação é acionar imediatamente o IBAMA e jamais tentar capturá-lo, já que muitas espécies possuem venenos desconhecidos no país.

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O caso também reforça a gravidade do tráfico de animais silvestres, crime que ameaça a fauna e o equilíbrio ambiental. Espécies invasoras podem causar grandes prejuízos ao ecossistema local.

Curiosidades 

O apelido "Menino Bonito" faz referência a uma música da cantora Rita Lee. A espécie possui hábitos noturnos e arborícolas, vivendo principalmente em árvores nas ilhas asiáticas. 

Embora a coloração verde seja a mais comum, o exemplar resgatado e levado a São Paulo possui uma rara tonalidade azul, o que o torna ainda mais especial para os estudos científicos.

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Mesmo em seu habitat natural, essa serpente é considerada rara. O veneno, com propriedades hemorrágicas e necrosantes ao mesmo tempo, é um dos grandes objetos de pesquisa dos cientistas do Butantã, que trabalham para compreender e, quem sabe, desenvolver um antídoto no futuro.

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