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Santos já registrou um dos maiores incêndios da história do País; veja lista

Neste ranking, a Baixada Santista aparece duas vezes, com o incêndio da Ultracargo, no Porto de Santos, e com a fatalidade que dizimou a Vila Socó, em Cubatão

Luana Fernandes

Publicado em 19/02/2024 às 15:12

Atualizado em 19/02/2024 às 15:16

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Incêndio da Ultracargo causou problemas no estuário e foi um trauma na Baixada Santista / Divulgação/Corpo de Bombeiros

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Incêndios de grandes proporções, como o que aconteceu nesta segunda-feira (19) no Centro de Santos, costumam assustar toda a Cidade, principalmente quando as chamas demoram a serem controladas. Na lembrança dos moradores da Região é possível que grandes incêndios estejam gravados, principalmente nas comunidades periféricas. Contudo, dois incidentes não só marcaram a memória da população da Baixada Santista como também entraram para a história do País.

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Confira a seguir a lista com os 10 maiores incêndios já registrados no Brasil - dois deles aqui na Região:

1 - Niterói (RJ): Gran Circo Norte Americano

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Na tarde de 17 de dezembro de 1961, Adilson Marcelino Alves, conhecido como “Dequinha”, ateou fogo no Gran Circus Norte-Americano após ser demitido. A história virou o maior incêndio da história do País pelo número de vítimas: 503 mortes e mais de 800 feridos, a grande maioria de crianças. O ex-funcionário foi condenado a 16 anos de prisão e mais seis de internação em manicônio. José dos Santos, o “Pardal”, e Walter Rosa dos Santos, o “Bigode”, foram ajudantes no crime e também condenados a 16 e 14 anos de prisão, respectivamente.

2 - São Paulo (SP): Edifício Joelma

Um curto-circuito em um ar-condicionado iniciou o incêndio no Edifício Joelma, um dos incidentes mais marcantes da história do País. O caso aconteceu em fevereiro de 1974 e resultou em 191 vítimas fatais e mais de 300 feridos. 30 corpos nunca foram identificados pelo alto nível de carbonização. A grande maioria era de funcionários do Banco Crefisul, que foi responsabilizado por ser o locatário do imóvel. Três funcionários da empresa foram condenados: o gerente-administrativo Kiril Petrov (três anos de prisão) e os eletricistas Sebastião da Silva Filho e Alvino Fernandes Martins (dois anos de prisão). A empresa Termoclima, responsável pela manutenção dos aparelhos no prédio, também foi responsabilizada: o proprietário Walfrid George e o eletricista Gilberto Araújo Nepomuceno foram condenados a dois anos de prisão cada.

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3 - São Paulo (SP): Edifício Andraus

O incêndio no Edifício Andraus começou no segundo andar. A causa provável foi um curto-circuito no luminoso de propaganda das Casas Pirani. Em 15 minutos, o fogo já tinha consumido seis andares do prédio. O incidente causou 16 mortes, incluindo de dois executivos da empresa Henkel - Paul Jürsen Pondorf e Ottmar Flick. Mais de 330 pessoas ficaram feridas. O número de mortes não foi maior por conta do heliponto do prédio: mais de 300 pessoas foram resgatadas do incêndio de helicóptero. O gerente-geral das Casas Pirani foi responsabilizado pelo incidente e condenado a dois anos de prisão.

4 - Santa Maria (RS): Boate Kiss

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O segundo maior incêndio do País em número de vítimas aconteceu em janeiro de 2013. Fogos de artifícios acendidos em local inapropriado com materias altamente inflamáveis e tóxico resultaram na morte de 242 pessoas. O isolamento acústico da boate não tinha tratamento contra fogo e nem a aprovação dos Bombeiros. Em três minutos de incêndio, a fumaça estava repleta de cianeto, o que ocasionaou a maioria das mortes. Mais de 680 jovens ficaram feridos. Sete anos depois, ninguém foi responsabilizado pela tragédia.Os réus Elissandro e Mauro Hoffman, sócios do casa noturna, e Marcelo Santos e Luciano Bonilha, integrantes da banda, respondem por 242 homicídios e 636 tentativas de homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar.

5 - Santos (SP): Ultracargo

Um erro nas tubulações de sucção e descarga. Este foi o motivo da explosão de uma válvula na empresa Ultracargo, em Santos, em abril de 2015, que gerou o incêndio em seis tanques de combustíveis da empresa. O Corpo de Bombeiros levou oito dias para extinguir as chamas do local. Segundo a Cetesb, este é o maior incêndio deste tipo no Brasil. A vítima neste incidente foi o meio ambiente: nove toneladas de peixe de 142 espécies diferentes foram mortes, causando um prejuízo não só ambiental como também financeiro para a comunidade pesqueira da Região. O Terminal Químico de Aratú (Tequimar), subsidiária da Ultracargo, foi condenada a quatro anos após o incêndio. Em um acordo com o MInistério Público, a empresa foi obrigada a pagar R$ 67,3 milhões para compensar os danos ambientais.

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6 - Porto Alegre (RS): Lojas Renner

O descarte irregular de bitucas de cigarro é a causa provável do incêndio em um depósito que armazenava tintas e solventes. O fogo começou no 1º andar após forte estrondo, em abril de 1967. A dificuldade de locomoção por conta das escadas estreitas e a insuficiência de extintores - havia apenas 20 em todo o prédio - resultaram em 41 pessoas mortas e mais de 60 feridas. Duas pessoas se atiraram das janelas por não suportarem as altas temperaturas. Neste caso, ninguém foi responsabilizado. O prédio foi demolido e reconstruído tempos depois.

7 - São Paulo (SP): Edifício Grande Avenida

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Em 1959, o edifício já havia passado por um pequeno incêndio. Mas não serviu de alerta. Em janeiro de 1981, um curto circuito na rede elétrica iniciou um incêndio na sobreloja do prédio, ocupado pela empresa Toyobo do Brasil. A falta de água na região foi um fator determinante e dificultou o combate às chamas. Outro fator que piorou a situação foi que a sobreloja era o único lugar onde não havia porta corta fogo na escada de emergência. 17 pessoas morreram e 53 ficaram feridas. O número não foi maior porque o incidente ocorreu em um sábado de Carnaval. A maioria das vítimas era da Construtora Figueiredo Ferraz, que funcionava no edifício. Ninguém foi responsabilizado.

8 - Cubatão (SP): Favela da Vila Socó

A falta de manutenção em uma tubulação de transferência de combustível da Petrobras entre a Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, e o terminal portuário da Alemoa, em Santos, fez vazar 700 mil litros de gasolina abaixo de uma comunidade alagada e cheia de palafitas, a extinta Vila Socó. O enorme “barril de pólvora” que se formou, dizimou uma comunidade em fevereiro de 1984. Oficialmente, o número de vítimas é 93. No entanto, um levantamento independente realizado na Cidade aponta que este número chega a 508 pessoas, já que famílias inteiras sumiram e muitas crianças não apareceram mais na escola. Extraoficialmente, este é o maior incêndio do Brasil em número de mortos. Além disso, mais de três mil pessoas ficaram desabrigadas. Na época da tragédia, o País vivia em uma ditadura militar. Há quem acredite que este foi o motivo para que o incidente fosse amenizado e o número real de mortos escondido. Até hoje, ninguém foi responsabilizado.

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9 - Rio de Janeiro (RJ): Edifício Andorinhas

21 pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas no incêndio do edifício onde funcionava a empresa General Eletric do Brasil. O super aquecimento de uma das tomadas elevou a temperatura do piso de madeira e do carpete, incendiando o nono andar do prédio, em fevereiro de 1986. Neste caso, duas pessoas também se atiraram do 12ª por não suportar o calor das chamas. A General Eletric sofreu vários processos e teve que pagar uma série de indenizações às vítimas ao longo dos anos. Após ficar abandonado por oito anos, o prédio foi demolico em 1994 e, em 2005, a Torre Almirante - que abriga a Petrobras - foi inaugurada no local.

10 - Belo Horizonte (MG) - Canecão Mineiro

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Em novembro de 2001, o integrante de uma banda acendeu um sinalizador inadequado em um espaço fechado. A casa noturna não tinha licença do Corpo de Bombeiros e nem equipamentos adequados. Com o incêndio, sete pessoas morreram e mais de 190 ficaram feridas. Sete pessoas foram condenadas por homicídio culposo, quando não se tem a intenção de matar, a quatro anos de prisão. Entre eles, o dono da casa de shows e o empresário da banda.
 

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