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Ressaca deixa barulho do mar intenso e assusta moradores do litoral de SP; entenda

Especialista explicou ao Diário do Litoral o que está causando o fenômeno natural e as consequências dele

Márcio Ribeiro, de Peruíbe para o Diário do Litoral

Publicado em 14/08/2024 às 12:00

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O mar está mais barulhento nestes dias de ressaca e você já deve até ter percebido isso / Márcio Ribeiro/DL

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O mar está mais barulhento nestes dias de ressaca e você já deve até ter percebido isso. Com a notícia de que o mar está avançando e que muitas cidades litorâneas podem ficar submersas num futuro próximo, muitas pessoas estão assustadas com essa 'zoeira' que o mar está fazendo.

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Edison Barbieri, professor, oceanógrafo, com habilitação em oceanografia biológica e geológica, mestre em geografia física e concluiu o doutorado em oceanografia pela Universidade de São Paulo em 2000, além de outras competências, disse que o barulho mais intenso do mar durante os dias de ressaca é um fenômeno natural que pode ser explicado por fatores físicos e meteorológicos.

Ele respondeu, gentilmente, as seguintes perguntas.

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Leia e entenda mais:

Diário: Por que o barulho do mar fica mais forte nos dias de ressaca?

Edison Barbieri: “Durante uma ressaca, ocorrem ventos mais fortes e mudanças na pressão atmosférica, que, combinados, geram ondas maiores e mais vigorosas. Essas ondas, ao se deslocarem com mais força e energia, atingem a costa de maneira mais violenta, produzindo um som mais alto. O impacto dessas ondas no litoral, seja em praias, rochas ou estruturas artificiais, cria uma maior ressonância, amplificando o som do mar. Em resumo, o aumento do barulho está diretamente relacionado à energia das ondas e à maneira como elas interagem com a costa. ”

Diário: É um fenômeno normal?

Edison Barbieri: “Sim, é um fenômeno absolutamente normal. Ressacas ocorrem devido a uma combinação de fatores climáticos, como frentes frias, tempestades em alto-mar, e a influência de ciclones extratropicais. Esses eventos são mais frequentes durante certas épocas do ano, especialmente no inverno, e fazem parte do ciclo natural dos oceanos. No entanto, a intensidade e a frequência das ressacas podem variar, e isso pode ser influenciado por mudanças climáticas ou eventos meteorológicos extremos. ”

Diário: As pessoas devem temer algo?

Edison Barbieri: “Enquanto o som mais alto e a força das ondas podem ser assustadores, na maioria das vezes, ressacas são fenômenos temporários e não representam um risco imediato, desde que as pessoas tomem as devidas precauções. No entanto, é importante considerar os possíveis impactos a longo prazo. ”

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Diário: E o aumento do mar?

Edison Barbieri: “Com as mudanças climáticas, o aumento do nível do mar é uma realidade que pode exacerbar a erosão costeira e aumentar a frequência e a intensidade de ressacas. Se esses fenômenos forem ignorados, pode haver um risco maior de danos a propriedades, infraestruturas e ecossistemas costeiros. No caso da Baixada Santista, onde há uma densa ocupação urbana próxima ao litoral, é crucial que as autoridades locais estejam atentas a esses eventos e que os residentes sigam as orientações de segurança. ”

Diário: E o medo das pessoas?

Edison Barbieri: “Em síntese, enquanto o fenômeno em si não deve causar pânico, é fundamental estar ciente dos riscos associados ao avanço do mar e às mudanças climáticas, garantindo que medidas de adaptação e mitigação sejam implementadas para proteger as áreas costeiras”

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