Biotônico Fontoura segue à venda, mas perdeu grande parte de sua popularidade / 8photo/freepik
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Se você cresceu na década de 1990 e 2000, é bem provável que já tenha ouvido falar, ou até mesmo tomado, o famoso Biotônico Fontoura. Esse remédio marcou gerações, sendo presença constante nas casas brasileiras por décadas.
Mas o que muitos não sabem é que ele também fez sucesso fora do país, chegando até a ser usado em outros lugares como uma forma de burlar leis de proibição de álcool.
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Criado em 1910 pelo farmacêutico Cândido Fontoura, o Biotônico surgiu com a promessa de aumentar o apetite das crianças, sendo rapidamente incorporado à cultura popular brasileira.
Com uma fórmula à base de ferro, foi comercializado como um fortificante indicado tanto para crianças quanto para adultos. Durante décadas, ele foi visto como uma solução mágica para falta de apetite, fraqueza e até mesmo problemas de crescimento.
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O nome “Biotônico Fontoura” foi uma contribuição do renomado escritor Monteiro Lobato, que na época trabalhava com Cândido Fontoura no jornal O Estado de S. Paulo.
Além do nome, Lobato também colaborou com campanhas publicitárias criativas, que ajudaram a popularizar o remédio em todo o país. A força da marca foi tão grande que o Biotônico passou a ser parte da identidade cultural de várias gerações.
Durante os anos, o produto passou por diversas reformulações, mas manteve seu status de queridinho entre os brasileiros.
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Para cada público, havia uma promessa diferente: para mulheres, beleza; para homens, vigor; e para crianças, apetite. No entanto, havia um componente na fórmula que levantava preocupações: o alto teor alcoólico.
Com impressionantes 9,5% de álcool em sua composição, um percentual superior ao de muitas cervejas e vinhos, o Biotônico Fontoura levantou suspeitas ao longo dos anos.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) interveio em 2001, exigindo a reformulação da fórmula do Biotônico Fontoura. A agência determinou que o teor alcoólico fosse completamente retirado, alegando riscos à saúde pública, especialmente das crianças, seu público-alvo original. Com isso, o produto teve que ser modificado para continuar sendo comercializado.
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Noticiado recentemente pelo Diário do Litoral, a Anvisa proibiu shampoos populares de serem vendidos em mercados brasileiros.
Estudos passaram a apontar que o consumo frequente por crianças poderia causar confusão mental e até predisposição ao alcoolismo na vida adulta. Essas descobertas acenderam um alerta nas autoridades sanitárias.
Curiosamente, durante a Lei Seca nos Estados Unidos, o Biotônico chegou a ser exportado e vendido no país como um “medicamento”, sendo um refúgio para consumir álcool legalmente.
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Atualmente, o Biotônico Fontoura segue à venda, mas perdeu grande parte de sua popularidade. A nova fórmula sem álcool e a evolução da medicina reduziram seu espaço no mercado.