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Remédio considerado 'avanço científico do ano' pode prevenir HIV; entenda

Testes realizados com mulheres na África e em populações vulneráveis em seis países, incluindo o Brasil, mostraram resultados promissores

Luna Almeida

Publicado em 21/02/2025 às 21:26

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A descoberta surge em um momento em que o mundo registra o menor número de novos casos / Unsplash/Mufid Majnun

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O medicamento injetável lenacapavir foi eleito pela revista Science como a principal descoberta científica de 2024. Com eficácia de 100% em ensaios clínicos, a droga, desenvolvida pela farmacêutica Gilead Sciences, representa um avanço significativo na prevenção do HIV. 

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Testes realizados com mulheres na África e em populações vulneráveis em seis países, incluindo o Brasil, mostraram resultados promissores, abrindo caminho para uma nova era no combate à Aids.  

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A publicação destacou o potencial do lenacapavir em um editorial, enfatizando sua capacidade de prevenir infecções com apenas duas aplicações anuais. 

A descoberta surge em um momento em que o mundo registra o menor número de novos casos de HIV desde 1990, segundo relatório da Unaids, agência da ONU para o combate à doença.  

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Eficácia impressionante em ensaios clínicos

Em um estudo realizado com 5.300 adolescentes e mulheres jovens na Uganda e na África do Sul, o lenacapavir demonstrou eficácia de 100% na prevenção do HIV. 

As participantes receberam duas injeções anuais, e nenhum caso de infecção foi registrado durante o período do estudo.  

Um segundo estudo, conduzido em seis países, incluindo o Brasil, com homens que fazem sexo com homens, pessoas transgêneros e usuários de drogas injetáveis, mostrou eficácia de 99,9%. 

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Esses resultados reforçam o potencial da droga como uma ferramenta poderosa para reduzir a transmissão do vírus, especialmente em populações vulneráveis.  

Inovação científica: o alvo é o capsídeo

O lenacapavir se diferencia de outros medicamentos por atuar diretamente no capsídeo, uma estrutura molecular que envolve o material genético do vírus. Essa abordagem inovadora impede que o HIV se ligue ao núcleo celular, bloqueia a replicação viral e evita a formação de novas cápsulas infecciosas.  

A descoberta do capsídeo como alvo foi resultado de mais de uma década de pesquisas, iniciadas em 2006. 

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Em 2016, a Gilead identificou moléculas capazes de agir sobre essa estrutura, culminando no desenvolvimento do lenacapavir. 

A forma injetável do medicamento, de difícil absorção oral, mostrou-se ideal para garantir uma ação prolongada no organismo.  

Desafios de acesso e custo

Apesar dos resultados promissores, o acesso ao lenacapavir ainda é um desafio. O custo anual do tratamento é de US$ 42.250 (cerca de R$ 252 mil) por paciente, o que limita sua disponibilidade em países de baixa renda. 

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Em agosto de 2023, a Gilead anunciou a transferência de tecnologia para a produção de versões genéricas em 120 países, mas nações com alta prevalência de HIV, como o Brasil, ficaram de fora da lista.  

Grupos de defesa dos direitos de pessoas com HIV já pressionam por maior acessibilidade ao medicamento, especialmente para populações vulneráveis. 

A Gilead afirma estar comprometida em garantir que o lenacapavir seja amplamente utilizado e acessível.  

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Um futuro promissor no combate ao HIV

O lenacapavir representa um marco na luta contra o HIV, oferecendo uma alternativa eficaz e de longa duração para a prevenção. 

Com apenas duas aplicações anuais, a droga pode superar barreiras de adesão ao tratamento e reduzir o estigma associado ao uso diário de medicamentos.  

Enquanto aguarda autorização para uso, o lenacapavir já é visto como uma esperança para acelerar o controle da pandemia de HIV/Aids, especialmente em regiões onde o acesso a tratamentos convencionais é limitado. 

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