Foto meramente ilustrativa / Foto de Cameron Casey/Pexels
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Em 2 de outubro de 1992 o sistema prisional brasileiro viveu o momento mais sombrio e sangrento de sua história. Após o pedido de ajuda do diretor do Carandiru sobre uma possível rebelião, a polícia invadiu o Pavilhão 9 do lugar e matou, segundo dados contestados, 111 detentos, no que ficou conhecido como o "Massacre do Carandiru".
Na tarde de 2 de outubro de 1992 uma briga entre dois detentos do Pavilhão 9, após uma partida de futebol, resultou em uma confusão generalizada. Lá haviam cerca de 2.700 presos considerados réus primários ou que ainda não tinham seus crimes julgados.
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A briga teria se generalizado e virado uma rebelião. Porém, alguns peritos que estiveram no local, ex-detentos e profissionais que trabalhavam no local naquela trágica tarde defendem que não havia a necessidade da entrada da PM naquele momento, e que faltou perícia do diretor do presídio, José Ismael Pedrosa, que autorizou a entrada dos militares.
Com metralhadoras, fuzis e pistolas, a PM adentrou o Pavilhão 9 e, na sequência, gritos de desespero misturados às rajadas podiam ser ouvidos do lado de fora. Foi aí que, então, tudo se silenciou. A dança da morte já havia terminado.
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Dados oficiais dizem que o resultado da violência policial foi o de 111 detentos mortos. A maioria deles ainda sem serem julgados por seus crimes. Um rio de sangue no chão e corpos amontoados era o cenário que ficou. Muitos detentos foram obrigados a carregar os cadáveres para o térreo e, sem seguida, eram executados. Outros relatam que foram espancados ou jogados pela escada.
Há quem diga que os mortos no Massacre do Carandiru passaram a casa dos 200. Porém, Dráuzio Varella, médico que trabalhava no presídio e esteve lá no dia da chacina diz que foram, de fato, 111.
Em 2013, 23 policiais foram condenados a 156 anos de prisão pelo Massacre. Outros 25 policiais foram condenados a 625 anos. Porém, até 2022 nenhum agente havia sido preso.
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O coronel Ubiratan Guimarães, responsável pela operação policial na cadeia, foi condenado a 632 anos de prisão. Ele foi morto em 2006 com um tiro na barriga e, no muro do condomínio onde ele morava, foi escrita a frase: "Aqui se faz, aqui se paga".
O Carandiru ficava na Avenida Cruzeiro do Sul, 2630, na Zona Norte de São Paulo, e foi demolido em 2002.