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O objetivo do projeto era compreender as fontes de contaminação da praia, que faz parte de uma Área de Proteção Ambiental
Estudo detectou altos níveis de contaminação na praia do Perequê, no Guarujá / Rubens Chaves/Folhapress
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Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) detectou altos níveis de contaminação na praia do Perequê, no Guarujá, com prevalência de plásticos e bitucas de cigarro. Ou seja, lixo deixado por banhistas.
O detalhado levantamento, um dos poucos do tipo feitos no mundo, abre caminho para a implementação de políticas públicas para mitigar o problema. Os resultados foram publicados no Marine Pollution Bulletin.
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O objetivo do projeto era compreender as fontes de contaminação da praia, que faz parte de uma Área de Proteção Ambiental (APA Marinha Litoral Centro), tem uma das maiores e mais tradicionais comunidades de pescadores da Baixada Santista e uma intensa atividade turística.
O projeto foi uma parceria do Instituto do Mar (IMar) da Unifesp, em Santos, com a Secretaria do Meio Ambiente do Guarujá.
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Os pesquisadores estabeleceram dez pontos na faixa de areia, com 100 metros quadrados cada, onde coletaram todo o lixo contido no inverno e no verão, ao longo da semana e nos sábados e domingos.
“Os resultados dão conta de que o lixo na praia é prioritariamente resultado de atividades turísticas. No verão é mais grave, o que indica que, embora os moradores possam ser responsáveis por algum resíduo, os maiores responsáveis são os banhistas”, aponta Ítalo Braga de Castro, professor do IMar-Unifesp e coordenador do estudo.
Os níveis de contaminação por plástico e por bitucas de cigarro foram considerados altos, de acordo com um índice internacional usado pelos pesquisadores. Entre 12 estudos realizados no mundo usando o mesmo método, os níveis de contaminação da praia do Perequê foram os mais altos.
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“As bitucas de cigarro são o resíduo que mais tem aparecido em praias, tanto neste estudo quanto em outros realizados em diferentes partes do mundo. O que é alarmante, uma vez que elas carregam muitos componentes tóxicos, mais de 7 mil em alguns casos, pelo menos 150 prejudiciais para humanos e para a biota. São conhecidos como ‘bombas químicas’”, resume Victor Vasques Ribeiro, primeiro autor do estudo, apoiado pela FAPESP com bolsa de doutorado no IMar-Unifesp.