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Praia protegida por lei está altamente contaminada por lixo de banhistas; veja

O objetivo do projeto era compreender as fontes de contaminação da praia, que faz parte de uma Área de Proteção Ambiental

Da Reportagem

Publicado em 23/10/2024 às 13:01

Atualizado em 23/10/2024 às 13:01

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Estudo detectou altos níveis de contaminação na praia do Perequê, no Guarujá / Rubens Chaves/Folhapress

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) detectou altos níveis de contaminação na praia do Perequê, no Guarujá, com prevalência de plásticos e bitucas de cigarro. Ou seja, lixo deixado por banhistas.

O detalhado levantamento, um dos poucos do tipo feitos no mundo, abre caminho para a implementação de políticas públicas para mitigar o problema. Os resultados foram publicados no Marine Pollution Bulletin.

O objetivo do projeto era compreender as fontes de contaminação da praia, que faz parte de uma Área de Proteção Ambiental (APA Marinha Litoral Centro), tem uma das maiores e mais tradicionais comunidades de pescadores da Baixada Santista e uma intensa atividade turística.

O projeto foi uma parceria do Instituto do Mar (IMar) da Unifesp, em Santos, com a Secretaria do Meio Ambiente do Guarujá.

Os pesquisadores estabeleceram dez pontos na faixa de areia, com 100 metros quadrados cada, onde coletaram todo o lixo contido no inverno e no verão, ao longo da semana e nos sábados e domingos.

“Os resultados dão conta de que o lixo na praia é prioritariamente resultado de atividades turísticas. No verão é mais grave, o que indica que, embora os moradores possam ser responsáveis por algum resíduo, os maiores responsáveis são os banhistas”, aponta Ítalo Braga de Castro, professor do IMar-Unifesp e coordenador do estudo.

Os níveis de contaminação por plástico e por bitucas de cigarro foram considerados altos, de acordo com um índice internacional usado pelos pesquisadores. Entre 12 estudos realizados no mundo usando o mesmo método, os níveis de contaminação da praia do Perequê foram os mais altos.

“As bitucas de cigarro são o resíduo que mais tem aparecido em praias, tanto neste estudo quanto em outros realizados em diferentes partes do mundo. O que é alarmante, uma vez que elas carregam muitos componentes tóxicos, mais de 7 mil em alguns casos, pelo menos 150 prejudiciais para humanos e para a biota. São conhecidos como ‘bombas químicas’”, resume Victor Vasques Ribeiro, primeiro autor do estudo, apoiado pela FAPESP com bolsa de doutorado no IMar-Unifesp.

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