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A iniciativa enfrenta resistência da Associação dos Amigos de Alto dos Pinheiros, que critica o impacto do projeto no espaço público
A Orla Villa-Lobos tem como objetivo democratizar o acesso a esportes de areia / Divulgação
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Um projeto inovador da empresa Orla Brasil promete trazer o conceito de praia urbana para o Parque Villa-Lobos, na zona oeste de São Paulo. Com 8 mil metros quadrados de área coberta por areia, o complexo contará com quadras esportivas, quiosques gastronômicos, restaurantes e atividades gratuitas como ioga, alongamento e ginástica.
A previsão é que a Orla Villa-Lobos seja inaugurada em setembro de 2025, após sete meses de obras.
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No entanto, a iniciativa enfrenta resistência da Associação dos Amigos de Alto dos Pinheiros (SAAP), que critica o impacto do projeto no espaço público.
A Orla Villa-Lobos tem como objetivo democratizar o acesso a esportes de areia, como beach tennis, e oferecer novas experiências de lazer e entretenimento em um ambiente sustentável.
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Apesar da gratuidade no acesso, parte das quadras poderá ser alugada para eventos ou aulas particulares, o que tem gerado debates sobre a gentrificação e a priorização do consumo no espaço público.
A Orla Villa-Lobos será instalada em uma área atualmente ocupada por um campo de futebol, que será remanejado para outro local do parque. O projeto inclui:
O acesso à área será gratuito, mas o uso de algumas quadras exigirá agendamento prévio via aplicativo ou site.
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Além disso, parte do complexo poderá ser explorada comercialmente, com eventos pagos e aulas particulares.
A SAAP se posicionou contra a Orla Villa-Lobos, argumentando que o projeto pode descaracterizar o parque e reduzir áreas verdes.
Segundo a associação, a dimensão do complexo é inadequada para o espaço, e a priorização de atividades comerciais pode excluir parte da população.
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Especialistas também alertam para o risco de gentrificação, com a transformação do parque em um espaço voltado para o consumo.
Matheus de Vasconcelos Casimiro, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, destaca que a associação do espaço público ao consumo pode inibir a diversidade de usos e excluir pessoas de baixa renda.
A Orla Brasil afirma que o projeto segue diretrizes sustentáveis, com relatórios automáticos de eficiência energética e hídrica disponíveis ao público.
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Além disso, a iniciativa foi aprovada pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento e pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo (Semil) reforçou que o projeto está em conformidade com o plano diretor do parque e que as quadras existentes permanecerão de uso gratuito, conforme previsto no contrato de concessão.
As obras da Orla Villa-Lobos devem começar em fevereiro, com previsão de conclusão em setembro de 2025, dependendo das condições climáticas.
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Enquanto isso, o debate sobre o equilíbrio entre lazer, sustentabilidade e comercialização no espaço público continua a dividir opiniões.
Para os defensores, o projeto representa uma modernização do parque e uma oportunidade de democratizar o acesso a esportes de areia.
Já os críticos temem que a iniciativa priorize o consumo e exclua parte da população, descaracterizando o Villa-Lobos como um espaço público inclusivo.
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