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Por que Santos Dumont se afundou em tristeza e tirou a própria vida no litoral de SP?

Muitas teorias surgiram com o passar dos anos, mas o relato do delegado da época pode esclarecer muitas coisas

Jeferson Marques

Publicado em 08/04/2025 às 12:37

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Alberto Santos Dumont, um dos nomes mais notáveis da história mundial / Reprodução/Internet

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Um dos nomes mais notáveis e importantes de todos os tempos, Alberto Santos Dumont foi o responsável pela criação do "1º "avião".

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Chamado de 14 Bis, fez seu primeiro voo em 7 de setembro de 1906. Cerca de dois meses depois, fez outro voo, agora percorrendo 220 metros de distância com um equipamento bem mais pesado do que o ar, em Paris, o que lhe rendeu os prêmios Archdeacon e o Prêmio do Aeroclube da França.

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Santos Dumont tirou a própria vida em julho de 1932, aos 59 anos, dentro do Hotel La Plage, em Guarujá (onde hoje funciona um centro de compras com o mesmo nome).

Seu corpo foi encontrado enforcado por um de seus amigos.

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Mas, afinal de contas, o que levou um dos homens mais geniais de todos os tempos a atentar contra si?

Veja, abaixo, o relato do delegado de polícia que atendeu a ocorrência:

“Santos Dumont estava hospedado no Hotel La Plage, que era o melhor do Guarujá. De lá, recebera a comunicação aflita. Não havia tempo a perder. Dirigi-me para o hotel, onde fui encontrar Edu Chaves e um sobrinho do inventor, muito preocupados. Contaram-me que Santos Dumont, nos últimos dias, ficara muito impressionado com o lançamento de bombas por parte de aviões do Governo Ditatorial. Culpava-se pelo seu invento, que devia aproximar os homens e não contribuir para maior matança. Penitenciava-se pelo mau uso que faziam da aviação. Já sofrera uma crise muito grave.

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“Correram em direção ao banheiro. Bateram à porta. Como não houvesse resposta, mandei arrombá-la. E o que vimos constituía um quadro dos mais dramáticos. Santos Dumont enforcara-se. O corpo, pequeno e magro, pendia do cano do chuveiro. Utilizara como corda o cordão do roupão de banho. Retirado o corpo, o médico informou que nada mais havia a fazer. Estava morto. Restava dar cumprimento aos regulamentos. Conquanto se tratava de uma glória nacional, a autópsia se impunha. Mas, quando cheguei à delegacia, já me aguardava um telefonema do chefe de polícia, então o Tirso Martins. Informou-me que a família de Santos Dumont obtivera do Governador Pedro de Toledo a entrega do corpo…”

“Então não crie embaraços à família. Vamos dar o caso como morte natural. A família insiste na dispensa da autópsia. Não há motivo para não atender a essa solicitação. O governador está de acordo. Eu assumo a responsabilidade".

Pelo que lemos, Santos Dumont decidiu tirar a própria vida por ver que sua invenção estava sendo usada para matar milhares de pessoas.

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Na época, houve este "acobertamento" para que a causa real não fosse divulgada, dando-lhe "morte natural" como a causa da sua partida.

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