'Chuvas de plástico' podem ser tão perigosas quanto as que levam componentes ácidos / Pixabay/Pexels
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Com as constantes alterações climáticas, a chuva ácida deixou de ser apenas uma preocupação, pois um novo problema vem aumentando nos últimos anos: está chovendo microplásticos. A situação se agrava, pois o poluente demora milênios para se degradar e representa riscos à saúde humana.
A Vox apresentou diversos estudos que encontraram evidências de que a chuva está com vários poluentes, entre eles os microplásticos.
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De acordo com o site, se de um lado os legisladores estavam combatendo os poluentes responsáveis pela chuva ácida, empresas estavam gerando um novo tipo de poluição, conhecida como PFAS (substâncias per e polifluoroalquil), um de seus componentes são os microplásticos.
Esses produtos tornam tecidos resistentes a manchas e panelas antiaderentes, mas, com o tempo, se espalham pelo meio ambiente.
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Segundo um estudo publicado pela revista Science, em 2020, microplásticos na água da chuva estavam caindo em diversos parques nacionais e áreas selvagens no oeste dos Estados Unidos. Os pesquisadores estimaram que mais de 1 mil toneladas métricas do poluente caíram na região anualmente.
Porém, de acordo com Janice Brahney, biogeoquímica da Universidade Estadual de Utah e líder do estudo, os microplásticos vinham principalmente das rodovias, já que os carros lançavam as partículas (mais leves que o solo) no ar.
Já em um estudo realizado em 2024, foram encontrados mais de 20 compostos de PFAS na chuva que caiu em Miami, o que levantou preocupações de saúde pública.
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Em 2022, durante outra análise, foram encontrados indícios de PFAS na água da chuva em concentrações acima do que os reguladores dos Estados Unidos e Dinamarca consideram como água potável. Após os estudos, foi concluído que a água de chuva não tratada não é segura para beber.
A chuva ácida é uma ameaça ambiental proveniente da poluição atmosférica, onde os poluentes reagem com o ar e o vapor da água, caindo em forma de precipitação. Consequentemente, corroía edifícios e estátuas, destruía vegetações e matava diversas espécies aquáticas.
O problema foi comum na década de 1970, mas diminuiu com legislações voltadas para limitar a quantidade de poluentes que reagiam com a água.
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Segundo os resultados da Expedição Ondas Limpas, o maior estudo já realizado sobre o perfil dos resíduos marinhos no Brasil, as praias de Mongaguá e São Vicente estão entre as mais poluídas por microplásticos.
Ainda neste mesmo cenário, segundo uma pesquisa conduzida pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) revelou um dado alarmante para o litoral paulista: entre 80% e 90% do camarão-sete-barbas pescado na região está contaminado por microplásticos.