Tendas foram montadas no local onde o Xuxa Water Park seria construído, em Itanhaém / Imagem e Memória de Itanhaém/Luciano Netto
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Em meados dos anos 90 Xuxa Meneghel era uma marca muito forte. A apresentadora batia recordes de audiência, trazia anunciantes milionários e dominava o cenário infantil na TV brasileira e mundial. Xuxa vivia na mídia, aparecia em dezenas de comerciais e, diante de toda essa vitrine, abraçou o projeto de ter um gigantesco parque aquático em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Todavia, polêmicas acabaram com o sonho do empreendimento.
O ano era 1998. Nos comerciais de seus programas e em horários nobres, o "Xuxa Water Park" era mostrado e com inauguração prevista para o ano seguinte (1999). A propaganda foi gravada no NGBS Texas, e mostrava atrações aquáticas modernas. "Estes mesmos brinquedos estarão no meu parque", dizia Xuxa, ao final do vídeo.
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A Empresa Brasileira de Parques (Embraparques) licenciou a marca Xuxa Meneghel para dar andamento ao projeto, usando a imagem da apresentadora em suas peças publicitárias etc. A loira chegou a ser uma das sócias da empresa, conforme a Agência Estado havia revelado na época.
Com tendas montadas na frente de uma área de preservação ambiental da Mata Atlântica, em Itanhaém, onde o parque seria construído, as vendas de passaportes já tinham se iniciado. Quem comprasse antes da inauguração, prometida para 1999, teria direito a visitar o local quantas vezes quisesse, pelo resto da vida, pagando apenas uma taxa de manutenção anual.
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Além das tendas, cartazes e gigantescas placas traziam a comunicação visual do Xuxa Water Park, com a imagem da loira sendo explorada aos quatro cantos. Uma montanha-russa aquática inédita no mundo e outras atrações de grande porte eram prometidos, o que deixou o público eufórico para chegar logo a data de abertura dos portões.
O Xuxa Water Park ocuparia uma área de mais de 582 km² de Mata Atlântica, e a pouco mais de 27 quilômetros da praia, o que fez com que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) olhasse o projeto mais de perto. E foi aí que a coisa saiu dos trilhos.
O IBAMA verificou que, para construir o parque, 400 hectares de Mata Atlântica fechada precisariam ser desmatados, o que colocaria em risco a vida de cerca de 30 espécies de animais nativos. Uma Ação Civil foi aberta sobre este ponto, e teve ganho de causa contra a construção.
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Logo o Ministério Público também pediu a interrupção do projeto que, até então, não tinha saído do papel, mas estava próximo de isso acontecer.
Populares foram durante várias semanas protestar na frente do local. Eles eram favoráveis à construção do parque, que traria 3 mil empregos diretos e outros 6 mil indiretos não só para Itanhaém, mas também para toda a Baixada Santista e Litoral de São Paulo.
Em agosto de 1999 o juíz João de Vincenzo, da 12ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, anulou a licença ambiental que fora expedida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, alegando que a obra era extremamente agressiva ao meio ambiente e que sua construção era ilegal.
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O prefeito de Itanhaém naquele período, João Carrasco, lamentou a decisão e disse que o parque tinha as documentações necessárias para ser construído e que a agressão ao meio ambiente não existia.
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