A captação da energia das ondas pode ocorrer de diferentes formas / Divulgação/Coppe/UFRJ
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A geração de energia a partir das ondas do mar está ganhando atenção como uma alternativa renovável e sustentável em todo o mundo.
No entanto, essa tecnologia ainda enfrenta desafios, como altos custos de desenvolvimento e a necessidade de inovações para tornar a conversão do movimento das ondas em eletricidade mais eficiente.
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Atualmente, a maioria dos projetos está em fase inicial, muitos ainda em testes ou no estágio teórico.
Alguns países, como Estados Unidos, Israel e Portugal, avançam em direção à produção comercial, enquanto o Brasil segue explorando o potencial desse tipo de energia com pesquisas e protótipos.
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A captação da energia das ondas pode ocorrer de diferentes formas, dependendo do modelo adotado.
Em geral, a força do movimento das ondas é utilizada para acionar equipamentos conectados a turbinas e geradores, em um processo similar ao de uma hidrelétrica.
Os dispositivos utilizados incluem cilindros giratórios, flutuadores e aparelhos ancorados no fundo do mar. Cada sistema varia de acordo com a profundidade da água e as condições locais de operação.
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A sueca Eco Wave Power tem investido na tecnologia em diferentes locais do mundo. Seu primeiro projeto foi desenvolvido em Gibraltar, onde uma usina experimental operou de 2016 a 2022.
Em agosto de 2023, a empresa inaugurou uma estação no porto de Jaff, em Tel Aviv, Israel, com capacidade instalada de 100 quilowatts (kW), fornecendo energia para a rede elétrica do país desde dezembro do mesmo ano.
Outro grande investimento da Eco Wave Power está nos Estados Unidos, onde a empresa está construindo uma estação no porto de Los Angeles, com previsão de conclusão para o primeiro trimestre de 2025.
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Além disso, há projetos em andamento para Taiwan, Nova Zelândia e Portugal, onde será instalada a primeira usina em larga escala.
Nos EUA, também está em desenvolvimento o projeto PacWave, uma iniciativa do Departamento de Energia em parceria com a Oregon State University.
O projeto conta com um investimento de US$ 112,5 milhões para instalação de geradores de energia a partir das ondas.
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Os equipamentos ficarão localizados em duas áreas no estado de Oregon, uma em Newport e outra próxima a Waldport, e terão capacidade para gerar até 20 megawatts (MW).
Estudos indicam que as ondas ao longo da costa dos EUA têm um potencial energético de até 2,64 trilhões de quilowatts-hora (kWh) por ano, o que equivale a 63% da eletricidade gerada no país em 2023. Essa energia poderia abastecer um terço das residências norte-americanas.
No Brasil, os projetos de energia das ondas ainda estão em fase de teste. O alto custo de desenvolvimento e a falta de viabilidade econômica são os principais desafios para a expansão da tecnologia.
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A costa brasileira possui um potencial energético estimado em cerca de 100 gigawatts (GW), dos quais aproximadamente 35% são considerados aproveitáveis.
Em 2012, o primeiro protótipo brasileiro foi instalado na Usina do Porto do Pecém, no Ceará, operando com um circuito fechado bombeado pelo movimento das ondas.
Atualmente, está em desenvolvimento um novo projeto na costa do Rio de Janeiro, em parceria com Furnas e Sea Horse.
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A proposta consiste em um flutuador anexado a uma coluna central, instalada no leito marinho.
O movimento das ondas faz com que o flutuador se desloque verticalmente, gerando eletricidade, que é transmitida à terra por meio de um cabo submarino.
Embora o oceano ofereça um recurso abundante e gratuito, a tecnologia necessária para converter esse potencial em energia confiável ainda apresenta desafios.
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A eficiência dos sistemas, os impactos ambientais e a infraestrutura necessária para a instalação das usinas são fatores críticos para a viabilidade do setor.
Empresas como a Eco Wave Power buscam soluções para reduzir os custos e tornar a energia das ondas mais acessível.
Uma das estratégias adotadas é a instalação de estações em áreas costeiras já estruturadas, como portos e quebra-mares, aproveitando infraestruturas existentes.
Com avanços em inteligência artificial e otimização de processos, espera-se que a energia das ondas ganhe mais espaço nos próximos cinco a dez anos, tornando-se uma alternativa viável dentro do mix energético mundial.