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Onda de frio extremo 'quase zerou' termômetros no Litoral de SP; entenda

Registro teria sido feito em julho do ano 2000 na Baixada Santista, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 26/07/2024 às 14:15

Atualizado em 26/07/2024 às 15:16

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Os termômetros teriam marcado 4.3°C, em Cubatão, no ano 2000 / Agência Brasil

Parece que os termômetros da Baixada Santista estacionaram nos 18°C nesta semana. Mas, você sabe qual foi a temperatura mais baixa já registrada na história? Em 21 de julho de 2000, segundo levantamento do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da Defesa Civil do Estado, os termômetros teriam marcado 4.3°C, em Cubatão. Sim, "teriam", e nós vamos explicar por quê.

Na época, a medição foi realizada por interpolação de dados, que é uma técnica estatística. Isso significa, na prática, que não é um dado medido por uma estação meteorológica específica daquela cidade.  

Nesse caso, foram utilizados dados de outros lugares, como, por exemplo, São Paulo ou Litoral Norte. Esses dados de outras regiões foram interpolados e utilizados para chegar ao número "registrado" na Baixada Santista.

"Com isso, eles chegaram ao dado de 4.3°C aproximadamente. Pode ser que tenha sido isso ou bem próximo, mas não é um dado medido oficialmente", explica o meteorologista Franco Cassol, da Defesa Civil de Santos.

"Mesmo assim, provavelmente foi o que aconteceu: um frio bastante intenso", disse.

É possível acontecer de novo?

Questionado se uma onda de frio semelhante poderia atingir a Região novamente - em razão das mudanças climáticas de 2000 para cá -, o meteorologista sinaliza positivamente, mas ressalta que só deveria ser causada por uma condição extrema.

"Se já aconteceu uma vez, é possível que aconteça de novo, teoricamente, mas teria que ser uma condição meteorológica bem específica, de uma massa de ar frio bem intensa, que conseguisse avançar para o Estado de São Paulo e afetá-lo como um todo".

Para que isso acontecesse, a massa de ar polar teria que vir da Argentina, passar pela região sul do Brasil e assim conseguir chegar com bastante força para o litoral.

"Nesse caso, ela conseguiria causar uma diminuição de temperatura por aqui também, mas não é algo muito comum. Teria que ser algo extremo", ressalta.

O que mais pode influenciar?

Cassol ainda alerta para as diferentes regiões da Baixada Santista. Quanto mais perto da Serra do Mar, como é o caso de Cubatão, por exemplo, mais frio faz naquela região.

"Aqui na Baixada Santista temos pontos mais frios do que outros. Em Santos, desde que temos dados registrados, há cerca de cinco anos, nunca foi registrado menos de 11°C. Acredito que em alguns pontos de Cubatão pode ser que já tenha feito até um pouco mais de frio em razão de algumas particularidades locais".

Falta de dados

Ainda segundo Franco Cassol, a Baixada Santista não possuía estações meteorológicas oficiais em 2000 e isso impossibilitou a coleta e o registro de dados históricos.

"O que temos por aqui é de chuva. Aqui em Santos mesmo temos registros de chuvas desde 1940. São mais de 80 anos de dados e, com isso, conseguimos ter algumas estatísticas precisas. Mas, para temperatura, falta bastante informação, há uma escassez de dados", conta.

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