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Nova tese sugere que os oceanos já foram diferentes do que vemos hoje

Existe uma explicação plausível para a coloração esverdeada dos oceanos no passado, segundo os pesquisadores

Gabriel Fernandes R. O.

Publicado em 27/04/2025 às 21:00

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Cerca de três quartos do planeta são cobertos por oceanos, o que faz com que a Terra pareça um 'pálido ponto azul' / Kellie Churchman/Pexels

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Pesquisadores japoneses apresentaram uma tese, publicada pela revista científica Nature, que possivelmente os oceanos da Terra já foram verdes.  As informações são do site The Conversation.

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É importante destacar que três quartos do planeta são cobertos por oceanos, que fazem a terra parecer um "pálido ponto azul" ao ser vista pelo espaço.

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Explicações

Uma explicação plausível para a coloração esverdeada dos oceanos no passado está ligada à sua composição química e à evolução da fotossíntese.

De acordo com a matéria, o registro geológico da história do planeta inclui depósitos de rochas conhecidos como formações de ferro em faixas (também chamadas de formações ferríferas bandadas ou itabiritos).

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Essas formações foram depositadas durante as eras Arqueana e Paleoproterozoica, entre aproximadamente 3,8 bilhões e 1,8 bilhão de anos atrás.

Naquele período, a vida na Terra se restringia a organismos unicelulares que habitavam os oceanos. Os continentes apresentavam uma paisagem estéril, composta por rochas e sedimentos nas tonalidades cinza, marrom e preta.

A chuva que caía sobre essas rochas dissolvia o ferro presente nelas, que era então transportado para os oceanos por meio dos rios.

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Éon Arqueano

Esta foi uma época em que tanto a atmosfera quanto os oceanos eram desprovidos de oxigênio gasoso. No entanto, foi também quando surgiram os primeiros organismos capazes de gerar energia a partir da luz solar.

Esses organismos utilizavam a fotossíntese anaeróbica, ou seja, realizavam fotossíntese sem a presença de oxigênio. Como subproduto desse processo, o gás oxigênio era liberado e se ligava ao ferro dissolvido na água do mar.

Essa fotossíntese inicial levou à oxidação do ferro, marcando um ponto de virada ecológico crucial, que tornou possível o desenvolvimento de formas de vida mais complexas na Terra.

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Esse processo marcou a transição de um planeta praticamente sem oxigênio para um com grandes quantidades desse gás nos oceanos e na atmosfera.

As "faixas" de cores diferentes nas formações ferríferas registram essa mudança, alternando entre depósitos de ferro formados na ausência de oxigênio e ferro oxidado, de coloração avermelhada.

Tese dos oceanos verdes

A tese dos pesquisadores parte da observação das águas ao redor da ilha vulcânica japonesa de Iwo Jima, que apresentam uma tonalidade esverdeada devido à presença de uma forma de ferro oxidado, o Fe(III). Nessas águas verdes, desenvolvem-se algas verde-azuladas.

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Durante o Éon Arqueano, os ancestrais dessas algas modernas evoluíram juntamente com outras bactérias que utilizavam o ferro, em vez da água, como fonte de elétrons para realizar a fotossíntese.

Organismos fotossintéticos utilizam pigmentos (principalmente a clorofila) em suas células para converter dióxido de carbono (CO) em açúcares, usando a energia solar. A clorofila é o que dá às plantas sua coloração verde.

As algas verde-azuladas são peculiares porque, além da clorofila, possuem um segundo pigmento chamado ficoeritrobilina (PEB).

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É possível que mudem de cor novamente?

Embora os oceanos já tenham mudado de cor no passado, é possível que, sob determinadas condições, mudem novamente.

Por exemplo, poderiam adquirir uma coloração roxa caso os níveis de enxofre aumentassem, o que poderia estar relacionado à intensa atividade vulcânica e ao baixo teor de oxigênio na atmosfera. Nessa situação, bactérias sulfurosas roxas dominariam os ecossistemas marinhos.

Já os oceanos vermelhos são teoricamente possíveis em climas tropicais extremos. Neles, o ferro oxidado vermelho, oriundo da decomposição de rochas em terra firme, seria transportado para os oceanos por rios ou ventos.

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Terra se partindo no oceano

Cientistas da Turquia e do Canadá observaram que a Terra está se partindo ao meio no fundo do Oceano Pacífico graças aos movimentos irregulares das placas tectônicas, que são blocos rochosos semirrígidos que formam a crosta terrestre.

Os cientistas notaram que as placas tectônicas do fundo do Oceano Pacífico não são tão rígidas quanto eles imaginavam, e uma abertura no local está acontecendo graças às movimentações irregulares dessas placas.

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