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Médico nazista teve praia do Litoral de SP como destino final; entenda

Conhecido Anjo da Morte, o cientista foi responsável por diversos crimes durante a Segunda Guerra Mundial

Igor de Paiva

Publicado em 17/08/2024 às 07:00

Atualizado em 17/08/2024 às 11:15

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Sua vida em terras brasileiras se deu em cidades do Interior de São Paulo / Reprodução

Você que acompanha o Diário do Litoral (obrigado por isso!) já sabe que as cidades do Litoral Paulista tem muita história para contar embaixo de cada pedra, em cada metro quadrado de areia e a cada personagem marcante. Mas você sabia que um médico bastante temido do exército alemão nazista teve uma praia da região como último destino? Estamos falando de Josef Mengele, o anjo da morte!

As atrocidas cometidos pelo cientista aconteceram durante a Segunda Guerra Mundial, conflito bélico que durou de 1939 a 1945. Esse caso aconteceu apenas 34 anos depois do fim da disputa na Praia da Enseada, em Bertioga.

Naquela época, a cidade de Bertioga era apenas um distrito do município de Santos. E apesar de não possui relatos de atividades relacionadas ao partido nazista no Litoral de São Paulo, ela, assim como hoje, tinha muito público em visitas.

Na tarde daquele 7 de fevereiro de 1979, só havia um cadáver e um casal de austríacos, Wolfram e Liselotte Bossert. A vítima, um homem que sofreu um mal súbito nas águas bertioguenses, tinha nos documentos o nome de Wolfgang Gerhard, um austríaco de 54 anos. No entanto, se trava de Mengele. 

Esse foi o caso de Mengele, que mesmo se escondendo no interior do estado, tinha a praia como refúgio de seus fantasmas e crises. O peso de ter levado inúmeros judeus à morte o atormentava regularmente, assim como a paranoia de ser capturado.

Acredita-se que a amizade com adeptos das ideologias que estavam no país há mais tempo o fizeram tomar gosto pela coisa.

Naquela altura, Mengele, acusado de ter mandado milhares de prisioneiros para campos de concentração e de ter liderado experimentos científicos e crueis com mais de três mil gêmeos,  tinha uma recompensa de US$ 3,4 milhões, algo em torno de R$ 12 milhões, por sua cabeça.

O nome falso fazia parte de uma lista vasta de outras identidades utilizadas por ele.  A lista é composta por: Fritz Ullmann, Helmut Gregor, Fausto Rindón, Peter Hochbichler e Wolfgang Gerhard.

Mas por que o Brasil? 

De acordo com especialistas, a ideia original era a Argentina. O local tinha mais adeptos ao Nazismo e não tinham a presença de povos indígenas e negros, como no Brasil, outras vítimas do preconceito da doutrina politica.  

No entanto, a captura e morte de Adolf Eichmann, outro membro do partido alemão, em solo argentino, o fez mudar de ideia. 

Sua vida em terras brasileiras se deu em cidades do interior de São Paulo, como Serra Negra. 

A verdade

A verdadeira alcunha só foi descoberta devido à interceptação de cartas de um antigo funcionário de Mengele. Se não fosse a cooperação da Polícia Alemã e a Brasileira, ele estaria enterrado até hoje em Embu das Artes.

Com a suspeita, o corpo foi exumado e com os devidos experimentos realizados, a sua identidade foi comprovada. 

A ossada de Josef Mengele é utilizada pela USP desde 2016 em estudos da Medicina Forense. 

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