A Ilha de Urubuqueçaba quase virou um sanatório e condomÃnios de luxo / Divulgação/PMS
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Desde o fim de 1800, a Ilha Urubuqueçaba, um dos mais antigos cartões-postais da cidade de Santos, no litoral de São Paulo, já enfrentou diversas tentativas de ocupação. O reduto dos urubus, como seu nome indica, quase virou um sanatório e, posterioriormente, condomínios de luxo. Mas antes, conheça um pouco da história do local.
"Pouso dos urubus". Esse é o significado do nome Urubuqueçaba. Porém, o local que faz parte da Mata Atlântica, não é habitado só pelas aves. Por lá, podem ser encontrados alguns tipos de coqueiros e pitangueiras.
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Quanto à fauna, há exemplares de algas, moluscos, anêmonas, ouriços, tartarugas, crustáceos, peixes, como robalo, garoupa e peixe-galo. Contribuem ainda para o visual garças e gaivotas.
Localizada a leste da Praia de Itarare e a oeste da Praia José Menino, a Ilha de Urubuqueçaba pertence a cidade de Santos e é um dos pontos de referência e observação da divisa de Santos com São Vicente.
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Diversas ações de limpeza são realizadas na Ilha Urubuqueçaba, em Santos. Em uma delas, foram retiradas 56 quilos de lixo.
No início da década de 1940, um projeto mais do que ousado foi apresentado por Joaquim Avelino da Silva. Um grandioso complexo balneário daria um aspecto de primeiro mundo para a ilha.
Pelo projeto, seriam construídos prédios de dez andares, todos isolados uns dos outros, com grandes áreas laterais e como que acima de um grande parque.
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Seria aberta também, entre a Ilha Urubuqueçaba e a Praia Itararé, uma ampla avenida de oitenta metros de largura, ajardinada e inteiramente livre de qualquer edificação. A via projetada seria, inclusive, três vezes mais larga do que a Avenida Ana Costa.
O curioso é que, segundo o autor do projeto, a Praia do José Menino não seria prejudicada.
O projeto de Joaquim Avelino da Silva obteve apelo integral das autoridades federais e municipais, e foi encaminhado ao Departamento das Municipalidades para estudo. No entanto, assim como os projetos anteriores, também não saiu do papel.
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Já em 1963 a ilha foi vendida pela última vez para Cláudio Pires Castanho Doneux, empreendedor do ramo imobiliário, que também apresentou um projeto, que fazia da ilha uma base para a sustentação de seis edifícios, com mais de 15 andares cada um. Era literalmente um condomínio sobre as ondas.
No centro da ilha haveria ainda um hotel. Apesar deste projeto também não evoluir, Doneux manteve a ilha no seu patrimônio pessoal até os dias de hoje.
Antes pertencente à Companhia Parque Balneário de Santos, em 1891, a ilha passou a ser propriedade de Júlio Conceição, que pensou em construir ali um edifício sanatório que ficaria a cargo do médico Cláudio de Souza. O sanatório, inclusive, levaria o seu nome.
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O projeto chegou a ser criado, mas a ideia não foi para frente, pois a empresa criada por Júlio Conceição foi à falência.
Em uma outra tentativa de ocupação, agora em 1928, o proprietário Joaquim Avelino da Silva, em ofício dirigido à Câmara de São Vicente, solicitou, em 14 de janeiro, o pedido de licença para construção de uma ponte ligando a ilha à Praia do José Menino.
A questão foi debatida na sessão de 16 de abril do mesmo ano e a matéria chegou ser encaminhada à Comissão de Justiça e Poderes.
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A Câmara Municipal concedeu a Joaquim Avelino da Silva a licença pleiteada na sessão do dia 7 de maio de 1928. O projeto, entretanto, também não avançou.