A região abriga o maior berçário de tartarugas verdes do Brasil / Divulgação/Marinha do Brasil
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Localizada a 1.200 quilômetros da costa do Espírito Santo, em pleno Oceano Atlântico, a Ilha da Trindade é um território brasileiro que fascina exploradores e pesquisadores. Repleta de belezas naturais e de histórias que remontam a séculos passados, a ilha ainda alimenta o imaginário popular com rumores de um tesouro escondido por piratas.
Em 2023, o historiador Marcos Juliano Ofenbock visitou o local, dando continuidade a uma longa busca por vestígios dessas antigas riquezas.
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Conhecida como a "Amazônia Azul", a Ilha da Trindade é considerada um dos maiores santuários ecológicos do país.
A região abriga o maior berçário de tartarugas verdes do Brasil, além de uma floresta de samambaias gigantes e aves raras.
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Apesar de estar isolada, a ilha desempenha papel fundamental na conservação da biodiversidade marinha.
Sua localização estratégica também impressiona: são cerca de 2.400 quilômetros até a África, reforçando a sensação de isolamento em meio ao oceano.
Em suas proximidades está a Ilha de Martim Vaz, ainda mais isolada e sem presença humana. A fauna é composta apenas por caranguejos e aves migratórias.
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Juntas, as ilhas de Trindade e Martim Vaz formam uma das menores áreas de conservação oceânica do país, com apenas 10,5 quilômetros quadrados, o que representa metade do tamanho do arquipélago de Fernando de Noronha.
A temperatura média anual gira em torno dos 25,2 ºC, com fevereiro sendo o mês mais quente, atingindo 30,2 ºC.
A história da Ilha da Trindade é tão rica quanto sua natureza. De origem vulcânica, formada há cerca de 3 milhões de anos, o território testemunhou atividades humanas intensas desde sua descoberta, em 1501.
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Durante os séculos de navegação, a ilha foi ponto estratégico para piratas ingleses e traficantes de pessoas escravizadas.
Naquele período, cabras foram introduzidas na região e causaram danos à vegetação nativa, exigindo mais tarde esforços de recuperação liderados pela Marinha brasileira.
A incorporação da ilha ao território nacional aconteceu com a Independência, em 1822, mas a posse foi contestada em 1895, quando ingleses tentaram ocupar o local. O Brasil conseguiu reverter a situação por meio de negociações diplomáticas.
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Já no século XX, a ilha chegou a ser utilizada como prisão para detentos políticos.
A ocupação efetiva foi reforçada com a criação do Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade em 1957, administrado pela Marinha.
Em 2011, foi inaugurada a Estação Científica da Ilha da Trindade, com estrutura para receber até oito pesquisadores.
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Atualmente, o acesso à Ilha da Trindade é bastante restrito. Para visitar o local, é necessário obter autorização especial da Marinha.
Pesquisadores e jornalistas têm acesso permitido, enquanto as demais solicitações passam por avaliações rigorosas.
A proteção rígida garante a preservação do ambiente e mantém a ilha como um dos ecossistemas mais intocados do Brasil.
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O mistério do tesouro, no entanto, continua vivo. Marcos Juliano Ofenbock pesquisa há quase 20 anos a história de um pirata que teria participado do saque a um galeão espanhol carregado de riquezas do Peru e escondido parte do espólio na Ilha da Trindade.
Segundo registros, o pirata teria posteriormente se estabelecido em Curitiba, onde morreu.
A busca de Ofenbock, apoiada por instituições como o Instituto Histórico do Paraná, a Universidade Federal do Paraná e a Marinha do Brasil, tenta desvendar se, além das belezas naturais, a ilha também abriga tesouros enterrados que resistem ao tempo e à ação humana.
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