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O Diário do Litoral foi atrás de um pouco da história do imponente casarão que ganhou as páginas policiais no mês passado
O casarão foi o Hospital Feliz Lembrança que funcionou por 122 anos / Márcio Ribeiro/DL
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O local onde um homem de 46 anos foi encontrado morto no dia 22 de agosto era um Hospital chamado “Feliz Lembrança”. O Diário do Litoral foi atrás de um pouco da história do imponente casarão que ganhou as páginas policiais no mês passado, quando acharam um corpo em seu interior, perfurado e coberto com cal e colchões. Com base nas investigações de Agentes da Delegacia Sede de Iguape e no depoimento de testemunhas, um homem de 27 anos foi preso.
Aquele Casarão, onde o homem foi encontrado morto, foi o Hospital Feliz Lembrança que funcionou por 122 anos, período que prestou um excelente serviço à população iguapense, principalmente aos mais desamparados, apesar das inúmeras dificuldades financeiras que enfrentou ao longo do período.
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O prédio foi inaugurado no dia 24 de junho de 1875, quando a “Loja Maçônica Feliz Lembrança” fez a entrega à irmandade, grupo formado para dirigir e coordenar os trabalhos do hospital. Naquele dia da inauguração, o belo prédio chamava a atenção por conta das suas dimensões imponentes e estava pintado de branco.
O Diário de S. Paulo escreveu a respeito da inauguração no dia 7 de julho de 1875, conforme o blog do jornalista e historiador, Roberto Fortes, relatou.
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“No dia 24 do próximo mês findo, inaugurou-se em Iguape, com o devido aparato e ocorrência popular, o Hospital Feliz Lembrança, fundado pela Loja Maçônica do mesmo nome, sob a indicação do prestimoso cidadão Snr. Joaquim José de Oliveira”.
Em 1888 o hospital foi fechado por falta de recursos e assim ficou até 1892, quando apareceram em Iguape alguns casos de varíola. As autoridades municipais pediram ao Governo do Estado a vinda de um médico que solicitou à Irmandade o uso do hospital.
A epidemia acabou logo, mas a sua passagem deixou o hospital em estado lastimável e sem condições de ser reaberto à população, fato que só veio a ocorrer em 1896. Veja o que escreveu o Almanach Iguapense, compilado pelo historiador e jornalista, Roberto Fortes:
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“Em má hora foi feita essa concessão, porque tendo nesta ocasião, no hospital uma pharmacia bem montada, mobília, camas, roupa para as mesmas, trem de cozinha, louça, enfim tudo quanto era necessário ao serviço interno; no fim de poucas semanas, extincta a epidemia, esta casa foi deixada em um estado lastimável, sem que ao menos se fizessem as desinfecções precisas.”
Ao longo de sua história centenária, o Hospital Feliz Lembrança foi administrado por uma galeria de ilustres cidadãos iguapenses e recebeu inúmeros visitantes importantes, como:
Altino Arantes (presidente do Estado de São Paulo, cargo equivalente ao de governador), Comendador Marinangeli (tesoureiro da Santa Casa de Misericórdia de Santos e um dos sócios da Companhia de Navegação Fluvial Sul Paulista), Cônsul Nakashima (o cônsul geral do Japão) D. Idílio José Soares (bispo de Santos), Albert Camus (escritor francês), Oswald de Andrade (escritor brasileiro), Lucas Nogueira Garcez (governador) e muitos outros.
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Ainda de acordo com o jornalista e historiador, há pouco tempo, a propriedade desse imóvel passou para a Prefeitura Municipal de Iguape, encontrando-se, no momento, em estado de ruínas e invadido por pessoas em situação de rua.
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