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Fundação Florestal confirma avanço do mar que ameaça vila do litoral de SP; veja nota

Rio da Barra do Una, em Peruíbe, está com o seu curso cada vez mais alterado e a mudança está ameaçando casas

Márcio Ribeiro, de Peruíbe para o Diário

Publicado em 03/08/2024 às 12:14

Atualizado em 03/08/2024 às 12:15

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A mudança no curso do rio está acompanhada do aumento do nível do mar no local / Márcio Ribeiro/DL

A Fundação Florestal do Estado de São Paulo confirmou, em nota, que o rio da Barra do Una está cada vez mais alto. O fato vem trazendo preocupação aos moradores, que já pensam na hipótese de precisar sair do local. Essa mudança no curso do rio está acompanhada do aumento do nível do mar no local e vem destruindo as dunas e restinga que protegem a vila.

Para quem conhece a Barra, o fato é notório. Para quem não conhece, é possível ver árvores mortas, galhos secos, troncos espalhados e novos barrancos formados pelo avanço do mar. Tem barranco que está chegando a quase um metro de altura.

O caso foi noticiado pelo Diário no último dia 24 de julho e publicado originalmente no Portal Editoria Livre.
 
A Fundação Florestal, que é responsável pela área por se tratar de uma Unidade de Conservação, emitiu uma nota a respeito do assunto.

Entre outros pontos, o órgão do Governo do Estado ressaltou que, desde 2020, a equipe da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Barra do Una utiliza drones para a captura de imagens aéreas detalhadas da área afetada. "As imagens coletadas fornecem dados fundamentais para compreender o processo de erosão que auxiliam no planejamento de ações efetivas".

O órgão revelou também que está implementando ações para monitorar e mitigar os efeitos da erosão, utilizando tecnologia e a colaboração de pesquisadores e da comunidade.

O monitoramento considera o processo sedimentar, a dinâmica estuarina da área e os prováveis efeitos da erosão. Com base nessa análise, foi recomendada a recuperação e proteção das dunas frontais como uma medida para a mitigação.

Vale lembrar que a erosão costeira é um fenômeno natural que ocorre nas áreas costeiro-marinhas e também ocorre no litoral sul do estado de São Paulo. O avanço do mar provoca a perda de áreas de praia, impacta a vegetação de restinga e ameaça casas e edificações próximas. Este fenômeno é intensificado por fatores humanos.

Leia a nota da Fundação Florestal na íntegra:

Desde 2020, a equipe da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Barra do Una utiliza drones para a captura de imagens aéreas detalhadas da área afetada. As imagens coletadas fornecem dados fundamentais para compreender o processo de erosão que auxiliam no planejamento de ações efetivas.

A erosão costeira é um fenômeno natural que ocorre nas áreas costeiro-marinhas e também ocorre no litoral sul do estado de São Paulo. O avanço do mar provoca a perda de áreas de praia, impacta a vegetação de restinga e ameaça casas e edificações próximas. Este fenômeno, intensificado por fatores humanos, afeta diretamente a biodiversidade e as comunidades locais. Na RDS Barra do Una, a Fundação Florestal está implementando ações para monitorar e mitigar os efeitos da erosão, utilizando tecnologia e a colaboração de pesquisadores e da comunidade.

A participação dos moradores tradicionais tem sido fundamental para o acompanhamento do processo erosivo. Eles apoiam no monitoramento visual da situação e compartilham com a gestão informações sobre alterações observadas, especialmente durante ressacas fortes. Esse canal de comunicação permite uma resposta rápida às mudanças nas condições do local.

Além disso, o Mapa de Risco à Erosão Costeira da RDS Barra do Una foi atualizado pelo Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) em novembro de 2022 para refletir dados atualizados dos indicadores de erosão. O monitoramento considera o processo sedimentar, a dinâmica estuarina da área e os prováveis efeitos da erosão. Com base nessa análise, foi recomendada a recuperação e proteção das dunas frontais como uma medida para a mitigação.

Após um período de ressacas, em 2023, a gestão solicitou uma nova avaliação do Instituto de Pesquisas Ambientais. Foram, então, discutidas alternativas como a transposição de areia acumulada na Avenida Beira Mar para reforçar a vegetação de restinga. Além disso, a equipe da unidade participou de uma capacitação realizada com as equipes das Defesas Civis de municípios da Baixada Santista, sobre a Plataforma Saric, que oferece previsões meteorológicas e de eventos extremos, complementando o monitoramento local.

O monitoramento contínuo tem permitido avaliar os cenários diante das ações executadas até o momento onde foi possível observar sinais de regeneração da vegetação e depósitos de sedimentos, que auxiliam na formação de dunas. A gestão também solicitou apoio municipal para reforçar o cordão arenoso da Avenida Beira Mar, preparando-se para as ressacas de inverno. Novas estratégias, como o uso de “bags de areia” para a contenção dos trechos mais afetados serão discutidos tecnicamente e, também, junto ao Conselho Deliberativo da RDS Barra do Una, assim como a realocação de moradores tradicionais, se necessário, para garantir a eficácia e a sustentabilidade das ações.

É importante destacar que a área afetada pela erosão costeira abriga várias moradias, incluindo quatro pertencentes a moradores tradicionais da região. As demais residências são ocupadas por veranistas e estão atualmente sob ação civil pública de reintegração de posse à Fazenda do Estado. Essas áreas estão sendo integradas ao planejamento de recuperação ambiental da gestão, como parte de um esforço contínuo para restaurar e proteger o ambiente.

A Fundação Florestal mantém continuamente ações que visam a proteção e recuperação da RDS Barra do Una, trabalhando em conjunto com a comunidade, utilizando a tecnologia disponível e contando com o apoio de especialistas para enfrentar os desafios da erosão costeira.”

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