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Floresta Amazônica abriga ave exótica que consegue imitar 20 animais; veja

O pássaro possui um repertório repleto de sons como os de gaviões, papagaios e até mesmo mamíferos como ariranhas

Luna Almeida

Publicado em 27/03/2025 às 21:45

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Essa habilidade é essencial para o macho / Reprodução/Youtube/Vida No Campo

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Na vastidão da Floresta Amazônica, uma pequena ave de plumagem negra e amarela se destaca não apenas pela aparência, mas por sua habilidade impressionante: ela consegue reproduzir os cantos de pelo menos 20 outras espécies de animais.

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O xexéu (Cacicus cela), também conhecido como japim, japi ou baguá, é uma ave passeriforme encontrada em toda a região amazônica, inclusive em outros países da América do Sul. Seu repertório vocal inclui cânticos de gaviões, papagaios e até mamíferos como a ariranha. 

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Essa habilidade é essencial para o macho, que a utiliza na época de reprodução para atrair fêmeas e intimidar rivais. 

Estudos indicam que a variedade e precisão das imitações estão ligadas ao sucesso reprodutivo da espécie. 

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Além disso, a capacidade de reproduzir sons de predadores pode confundir invasores e auxiliar na defesa do território.

Papel ecológico

Outro aspecto fascinante dessa ave é a forma como constrói seus ninhos. Feitos de folhas, gravetos e capim, esses ninhos pendulares podem medir até 70 centímetros de comprimento e são agrupados em colônias nas árvores mais baixas. 

Para garantir proteção contra predadores, os xexéus costumam construir seus ninhos próximos a colmeias de vespas, um mecanismo natural de defesa.

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No ecossistema, a espécie desempenha um papel essencial ao controlar populações de insetos e dispersar sementes, contribuindo para o equilíbrio da floresta. 

Atualmente, a ave é classificada pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) como "pouco preocupante", indicando que não corre risco imediato de extinção.

Lenda do xexéu: um castigo eterno

A ave também possui forte ligação com o folclore amazônico. Segundo uma antiga lenda, o japim tinha um canto encantador que acalmava Tupã, o deus supremo. 

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Quando uma peste assolou as aldeias, Tupã enviou o pássaro para levar sua melodia aos indígenas, afastando a doença.

No entanto, o japim tornou-se arrogante e começou a zombar das outras aves, imitando seus sons. Como punição, Tupã retirou seu canto original, condenando-o a apenas imitar outras espécies. 

Até hoje, essa seria a razão pela qual o xexéu é perseguido por outras aves e precisa construir seus ninhos próximos a colmeias de vespas para se proteger.

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Curiosidades sobre o xexéu

  • Durante a época reprodutiva, os machos competem em uma disputa vocal conhecida como contra-canto. Quem imita melhor seus rivais tem mais chance de se reproduzir.
     
  • A dieta do xexéu é variada, incluindo insetos, frutas e néctar. Ele tem preferência por mangueiras para construir seus ninhos.
     
  • O período de reprodução coincide com a estação chuvosa, quando há maior disponibilidade de alimentos.
     
  • Os machos são significativamente maiores que as fêmeas, medindo entre 27 e 29,5 cm, enquanto elas atingem de 22 a 25 cm.
     
  • O bairro Japiim, em Manaus, foi batizado em homenagem a essa ave, comum na região na época de sua fundação em 1969.
     
  • Com sua inteligência e talento vocal, o xexéu segue encantando pesquisadores e habitantes da floresta, mantendo-se como um dos pássaros mais fascinantes da fauna amazônica.

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