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Farmácia Popular: serviço de distribuição gratuita de remédios completa 20 anos

Ao todo, 95% dos medicamentos e insumos do programa podem ser retirados de forma gratuita, o que equivale a 39 dos 41 insumos distribuídos

Luana Fernandes

Publicado em 10/08/2024 às 13:07

Atualizado em 10/08/2024 às 13:31

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Programa Farmácia Popular oferta 41 insumos, entre fármacos, fraldas e absorventes / Divulgação

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São 20 anos liberando remédios essenciais de forma gratuita. Este é o Farmácia Popular. Entenda como o serviço funciona e, com relatos de usuários, como ele pode fazer a diferença na qualidade de vida e de saúde da população.

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O aposentado João Martins Fernandes, de 67 anos, por exemplo, busca gratuitamente há 19 anos sete medicamentos para manter sob controle doenças cardíacas, diabetes e hipertensão. "Eu infartei em 2005. De lá pra cá, sempre pego remédio na Farmácia Popular. Foram cinco infartos e tenho sete próteses. No início, o tratamento foi demorado, mas agora é só controle mesmo", relata.

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João avalia o papel do Farmácia Popular em sua vida não apenas como instrumento que propicia economia financeira, mas manutenção da saúde física e emocional. "Não alivio só o orçamento. Seria impossível ficar sem o remédio. Só um dos remédios que tomo custa quase R$ 500. Sem o Farmácia Popular, com o salário que ganho, não daria para comprar. Se eu tivesse que comprar todos os remédios, ficaria em torno de R$ 3 mil a R$ 4 mil por mês", revela o aposentado.

Aposentada, Delzira Pereira do Couto, de 76 anos, tem no tratamento contra hipertensão a companhia do Farmácia Popular desde 2004. "Eu faço o tratamento de pressão já tem 20 anos e esse tempo todinho nunca comprei remédio para pressão. Às vezes, para a gente que ganha salário mínimo, qualquer tantinho que você economiza já faz muita diferença. Esse remédio que a gente recebe é importantíssimo, pelo menos pra minha vida é", conta a idosa, paciente do Sistema Único de Saúde (SUS).

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Com o tratamento em dia e as medicações prescritas à disposição, João Martins encontrou, somado ao Farmácia Popular, outro aliado na superação dos sucessivos problemas cardíacos que enfrentou: o esporte. Trajando camiseta que vestiu ao correr uma maratona, ele se orgulha de deixar para trás a situação de fragilidade causada pelas doenças e correr em direção a um estilo de vida que tem a saúde como linha de chegada. "Hoje sou recordista, maratonista na minha categoria. Sou o único atleta brasileiro a correr com sete próteses no coração, depois de cinco infartos. Vou caminhando, dando trotezinho", se empolga ao contar sobre a atividade física praticada.

Como funciona o Farmácia Popular?

O programa oferta 41 insumos, entre fármacos, fraldas e absorventes e inclui medicamentos para diabetes, hipertensão, asma, osteoporose e anticoncepcionais. Com a atualização do programa em julho, 95% dos medicamentos e insumos passaram a ser retirados de forma gratuita, ou 39 dos 41 itens de saúde distribuídos.

Os outros têm desconto de até 90%. São remédios para tratamento de colesterol alto, Parkinson, glaucoma e rinite, por exemplo. A estimativa é de que cerca de 3 milhões de pessoas que já utilizam o programa sejam impactadas e, em média, isso gere economia para os usuários de até R$ 400 por ano.

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"Estamos falando, sobretudo, do cuidado com as pessoas, de um Brasil bem cuidado, que é a orientação maior do governo, de que governar é cuidar. O Farmácia Popular é SUS e mostra esse cuidado", afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, ao celebrar a inclusão dos medicamentos no programa.

O Farmácia Popular foi criado pelo Governo Federal em 2004, para oferecer medicamentos e outros insumos de saúde para a população. Foi retomado com prioridade pelo presidente Lula no ano passado, com a inclusão de novas gratuidades, que incluíam remédios para osteoporose e anticoncepcionais e, em 2024, a distribuição de absorventes para pessoas em situação de vulnerabilidade e a estudantes da rede pública.

Hoje, a iniciativa está presente em 85% das cidades brasileiras, o que equivale a 4,7 mil municípios, conta com mais de 31 mil estabelecimentos credenciados em todo o país e tem capacidade para atender 96% da população brasileira. Desde junho do ano passado, 560,4 mil mulheres acessaram medicamentos gratuitos para anticoncepção e osteoporose.

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