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Estudo de Harvard indica as piores cidades para viver no Brasil; confira

Os dados evidenciam a dificuldade de acesso à saúde, educação, segurança e inclusão social em diversos municípios do país

Luna Almeida

Publicado em 25/04/2025 às 20:33

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No topo do ranking negativo aparece Uiramutã, em Roraima, com uma pontuação de apenas 37,63 / Divulgação

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Estudo da Universidade de Harvard, por meio do Índice de Progresso Social (IPS), expôs as vinte cidades com os piores indicadores sociais do Brasil em 2024. A lista revela realidades marcadas por falta de infraestrutura, baixa oferta de serviços básicos e escassez de oportunidades, reforçando as desigualdades regionais ainda presentes no país.

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No topo do ranking negativo aparece Uiramutã, em Roraima, com uma pontuação de apenas 37,63. Com uma população de cerca de 14 mil habitantes, a cidade fica na região mais ao Norte do Brasil, fazendo fronteira com a Guiana.

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Outras cidades como Alto Alegre, Trairão e Bannach também estão entre as piores avaliadas, todas com notas inferiores a 40 no índice geral. 

Os dados evidenciam a dificuldade de acesso à saúde, educação, segurança e inclusão social em diversos municípios do país.

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As 20 piores cidades

Os municípios com pior índice se concentram no Norte do Brasil, com destaque para o estado do Pará. Veja o ranking abaixo:

1. Uiramutã, RR. Pontuação: 37,63

2. Alto Alegre (RR): 38,38

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3. Trairão (PA: 38,69

4. Bannach (PA): 38,89

5. Jacareacanga (PA): 38,92

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6. Cumaru do Norte (PA): 40,64

7. Pacajá (PA): 40,70

8. Uruará (PA): 41,26

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9. Portel (PA): 42,23

10. Bonfim (RR): 42,27

11. Anapu (PA): 42,30

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12. Oiapoque (AP): 42,46

13. Pauini (AM): 42,63

14. Nova Nazaré (MT): 42,78

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15. São Félix de Balsas (MA): 43,05

16. Feijó (AC): 43,11

17. Amajari (RR): 43,38

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18. Pracuúba (AP): 43,50

19. Gaúcha do Norte (MT): 43,53

20. Santa Rosa do Purus (AC): 43,78

O que é o Índice de Progresso Social

O IPS é uma ferramenta desenvolvida para medir o bem-estar de uma população com base em dados sociais e ambientais, sem levar em conta critérios econômicos tradicionais. 

Criado pelo professor Michael Porter, da Harvard Business School, o índice busca oferecer uma visão mais completa do progresso humano.

O levantamento utiliza 53 indicadores nacionais, com informações de fontes como o IBGE, DataSUS e Inep. A pontuação final é calculada a partir da média de três grandes dimensões: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-Estar e Oportunidades. 

Cada uma dessas categorias analisa diferentes aspectos da vida em sociedade, como nutrição, saúde, segurança, acesso ao conhecimento, liberdade individual e inclusão.

Dimensões do IPS e os maiores desafios

Entre os critérios analisados, a dimensão de Necessidades Humanas Básicas costuma apresentar os melhores resultados, enquanto a de Oportunidades se mostra a mais desafiadora. 

Essa última inclui questões relacionadas aos direitos pessoais, acesso à educação superior e inclusão social, áreas que ainda enfrentam grande defasagem em boa parte do território brasileiro.

O papel transformador do esporte

Embora o índice revele cidades em situação crítica, também mostra caminhos possíveis para reverter esse cenário. 

O esporte surge como um dos fatores com potencial de transformação social. Investimentos em centros esportivos e projetos comunitários têm gerado impactos positivos nos índices de saúde, segurança e inclusão, principalmente entre crianças e adolescentes.

Exemplos como os de Curitiba, no Paraná, e Sobral, no Ceará, que se destacam tanto pela qualidade de vida quanto pelos programas municipais voltados ao esporte e à educação, indicam que políticas públicas integradas são parte da solução. 

Já cidades como Altinho, em Pernambuco, que revelou talentos como o velocista José Carlos Moreira, o 'Codó', mostram como o esporte também pode impulsionar a mobilidade social.

Importância do IPS no cenário nacional

O IPS é atualizado anualmente e serve como ferramenta de monitoramento do progresso social no Brasil. Ele também é usado para avaliar o avanço em relação às metas da Agenda 2030 da ONU e ao Acordo de Paris. 

Em meio a desafios como o desmatamento e a desigualdade social, o Brasil conta com políticas reconhecidas mundialmente, como o Sistema Único de Saúde (SUS) e os programas de transferência de renda, que contribuem para reduzir vulnerabilidades.

Apesar dos entraves, o índice permite identificar as áreas mais frágeis e traçar caminhos mais eficientes para o desenvolvimento social. 

O diagnóstico oferecido pela edição de 2024 reforça a necessidade de políticas públicas urgentes e coordenadas, especialmente nas regiões que seguem à margem do progresso.

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