No topo do ranking negativo aparece Uiramutã, em Roraima, com uma pontuação de apenas 37,63 / Divulgação
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Estudo da Universidade de Harvard, por meio do Índice de Progresso Social (IPS), expôs as vinte cidades com os piores indicadores sociais do Brasil em 2024. A lista revela realidades marcadas por falta de infraestrutura, baixa oferta de serviços básicos e escassez de oportunidades, reforçando as desigualdades regionais ainda presentes no país.
No topo do ranking negativo aparece Uiramutã, em Roraima, com uma pontuação de apenas 37,63. Com uma população de cerca de 14 mil habitantes, a cidade fica na região mais ao Norte do Brasil, fazendo fronteira com a Guiana.
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Outras cidades como Alto Alegre, Trairão e Bannach também estão entre as piores avaliadas, todas com notas inferiores a 40 no índice geral.
Os dados evidenciam a dificuldade de acesso à saúde, educação, segurança e inclusão social em diversos municípios do país.
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Os municípios com pior índice se concentram no Norte do Brasil, com destaque para o estado do Pará. Veja o ranking abaixo:
1. Uiramutã, RR. Pontuação: 37,63
2. Alto Alegre (RR): 38,38
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3. Trairão (PA: 38,69
4. Bannach (PA): 38,89
5. Jacareacanga (PA): 38,92
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6. Cumaru do Norte (PA): 40,64
7. Pacajá (PA): 40,70
8. Uruará (PA): 41,26
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9. Portel (PA): 42,23
10. Bonfim (RR): 42,27
11. Anapu (PA): 42,30
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12. Oiapoque (AP): 42,46
13. Pauini (AM): 42,63
14. Nova Nazaré (MT): 42,78
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15. São Félix de Balsas (MA): 43,05
16. Feijó (AC): 43,11
17. Amajari (RR): 43,38
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18. Pracuúba (AP): 43,50
19. Gaúcha do Norte (MT): 43,53
20. Santa Rosa do Purus (AC): 43,78
O IPS é uma ferramenta desenvolvida para medir o bem-estar de uma população com base em dados sociais e ambientais, sem levar em conta critérios econômicos tradicionais.
Criado pelo professor Michael Porter, da Harvard Business School, o índice busca oferecer uma visão mais completa do progresso humano.
O levantamento utiliza 53 indicadores nacionais, com informações de fontes como o IBGE, DataSUS e Inep. A pontuação final é calculada a partir da média de três grandes dimensões: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-Estar e Oportunidades.
Cada uma dessas categorias analisa diferentes aspectos da vida em sociedade, como nutrição, saúde, segurança, acesso ao conhecimento, liberdade individual e inclusão.
Entre os critérios analisados, a dimensão de Necessidades Humanas Básicas costuma apresentar os melhores resultados, enquanto a de Oportunidades se mostra a mais desafiadora.
Essa última inclui questões relacionadas aos direitos pessoais, acesso à educação superior e inclusão social, áreas que ainda enfrentam grande defasagem em boa parte do território brasileiro.
Embora o índice revele cidades em situação crítica, também mostra caminhos possíveis para reverter esse cenário.
O esporte surge como um dos fatores com potencial de transformação social. Investimentos em centros esportivos e projetos comunitários têm gerado impactos positivos nos índices de saúde, segurança e inclusão, principalmente entre crianças e adolescentes.
Exemplos como os de Curitiba, no Paraná, e Sobral, no Ceará, que se destacam tanto pela qualidade de vida quanto pelos programas municipais voltados ao esporte e à educação, indicam que políticas públicas integradas são parte da solução.
Já cidades como Altinho, em Pernambuco, que revelou talentos como o velocista José Carlos Moreira, o 'Codó', mostram como o esporte também pode impulsionar a mobilidade social.
O IPS é atualizado anualmente e serve como ferramenta de monitoramento do progresso social no Brasil. Ele também é usado para avaliar o avanço em relação às metas da Agenda 2030 da ONU e ao Acordo de Paris.
Em meio a desafios como o desmatamento e a desigualdade social, o Brasil conta com políticas reconhecidas mundialmente, como o Sistema Único de Saúde (SUS) e os programas de transferência de renda, que contribuem para reduzir vulnerabilidades.
Apesar dos entraves, o índice permite identificar as áreas mais frágeis e traçar caminhos mais eficientes para o desenvolvimento social.
O diagnóstico oferecido pela edição de 2024 reforça a necessidade de políticas públicas urgentes e coordenadas, especialmente nas regiões que seguem à margem do progresso.