A pesquisa se destacou por explorar diferentes definições de solteirice / Unsplash/Chetan Hireholi
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Um estudo publicado pela revista Psychological Science e liderado por Julia Stern, pesquisadora Sênior da Universidade de Bremen, na Alemanha, analisou mais de 77 mil europeus com mais de 50 anos para entender a relação entre estado civil, traços de personalidade e satisfação com a vida.
Os resultados indicaram que pessoas solteiras durante toda a vida tendem a pontuar mais baixo em satisfação com a vida, extroversão e abertura a experiências, quando comparadas àquelas que têm ou já tiveram um parceiro.
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O estudo revela ainda que ser solteiro pelo resto da vida pode trazer desvantagens econômicas e médicas, principalmente à medida que as pessoas envelhecem e se tornam dependentes de outras pessoas.
A pesquisa se destacou por explorar diferentes definições de solteirice, ao invés de apenas considerar o estado atual.
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Os participantes foram categorizados em grupos como nunca terem se casado, nunca terem vivido com um parceiro ou nunca terem experimentado um relacionamento de longo prazo.
A análise revelou que mesmo aqueles que já estiveram em relacionamentos, mas atualmente estão solteiros, apresentam características de personalidade e níveis de bem-estar superiores aos que nunca vivenciaram vínculos afetivos profundos.
Utilizando os cinco grandes traços de personalidade, ou seja, a extroversão, abertura, consciência, afabilidade e neuroticismo, os pesquisadores observaram diferenças significativas entre os grupos.
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Indivíduos que nunca se envolveram em relacionamentos duradouros pontuaram consistentemente mais baixo em extroversão e abertura, o que pode indicar maior dificuldade em criar conexões sociais e explorar novas experiências.
Mesmo os solteiros com histórico de convivência apresentaram melhor desempenho nessas métricas do que aqueles que nunca compartilharam a vida com um parceiro.
O estudo também sugere que certos traços de personalidade, como a extroversão, podem aumentar as chances de alguém entrar em um relacionamento, enquanto características como introversão podem criar barreiras sociais.
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Isso reforça a ideia de que os relacionamentos são influenciados tanto por contextos externos quanto pelas predisposições internas de cada indivíduo.
Sob a perspectiva da agamia, que visa o desinteresse por relacionamentos amorosos e está em alta entre os jovens da geração atual, o estudo mostra que, ao optar por não ‘se prender’ a um relacionamento e, consequentemente, por não casar e constituir uma família, o jovem tende a se tornar solitário e insatisfeito.
Além disso, há uma certa desvantagem econômica e médica para o Agâmico que opta por ser solteiro pelo resto da vida, considerando que, ao envelhecer, ele precisará se sustentar sozinho e, inclusive, contratar uma ajuda ao se tornarem dependentes de terceiros.
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Isso evidencia a importância de redefinir os parâmetros de felicidade e inclusão social, considerando diferentes formas de viver e se relacionar, além da importância do planejamento ao aderir a um estilo de vida.
Viver em uma sociedade onde o casamento é a expectativa normal pode afetar a satisfação dos solteiros com a vida.
Apesar dos efeitos serem menores, países com taxas de casamento mais altas (como os do sul da Europa) tiveram uma pontuação de satisfação com a vida de solteiro ainda mais baixa.
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O estudo sugere desenvolver novos tipos de programas para prevenir a solidão, que levem esses traços de personalidade em consideração e ajudem solteiros mais velhos a conhecerem pessoas com ideias semelhantes.
Ao terem em sua rede de contato pessoas que genuinamente se importam com ele ou até mesmo cuidem deles regularmente, talvez a satisfação dos solteiros com a vida melhore.