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Desde 1996 não se tem mais relatos da aparição da espécie que não possui um registro fotográfico conhecido dele vivo
O Tietê-de-coroa (Calyptura cristata) é considerado um dos maiores enigmas da avifauna sul-americana / Reprodução
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Uma notícia dada nesta semana pelo governo brasileiro assustou observadores de aves de todo o Brasil: a devolução de uma espécie do Tietê-de-coroa (Calyptura cristata) ao país, ave que é endêmica da Mata Atlântica e considerada um dos maiores enigmas da avifauna sul-americana e quiçá do mundo.
Desde 1996 não se tem mais relatos da aparição da espécie que não possui um registro fotográfico conhecido dele vivo.
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O susto é compreensível, porque registrar essa ave é o sonho de todo o birdwatcher que ainda mantém a esperança de que esse bicho esteja vivo por aí e quem sabe mais perto do que se imagina? Quem vê uma notícia assim, logo tem a impressão de que encontraram um indivíduo vivo, mas, calma lá.
O que está voltando para o Brasil é um material científico raro, isto é, um exemplar coletado há mais de 200 anos e que ficará disponível para estudos científicos no Museu de Zoologia da USP.
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Seu retorno ao território brasileiro é resultado de uma ação integrada entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP) e o Museu de História Natural de Berlim.
A espécie foi declarada extinta por mais de um século, de 1860 até 1996, quando foi novamente avistada por um ornitólogo brasileiro no entorno do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis (RJ) e, desde então, novas tentativas de encontrar a espécie e até de fazer o primeiro registro foram frustradas.
De acordo com o portal do governo, o Prof. Dr. Luís Fábio Silveira, curador de aves do MZUSP, conseguiu a cessão desse exemplar para a coleção do Museu, onde permanecerá à disposição da comunidade científica brasileira para estudos.
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Com esse material, os pesquisadores poderão aprofundar seus conhecimentos sobre essa espécie tão significativa, sem a necessidade de viagens ao exterior.
“Todo o processo para a obtenção e o endosso das licenças de importação foi acompanhado pelo Ibama, em especial pela Coordenação de Comércio Exterior da Biodiversidade (Comex) e pela Unidade Técnica do Ibama no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP). Os procedimentos administrativos e fiscalizatórios garantiram a regularidade e a segurança da operação”, trecho da nota.
É uma espécie rara e em função de seu pequeno porte e de seus hábitos discretos existe a possibilidade de que possa passar despercebida aos observadores de aves.
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É endêmico de uma pequena área na região serrana de Mata Atlântica do norte do estado do Rio de Janeiro e acredita-se que ela possa viver ou ter vivido também no litoral norte de São Paulo.
Há anda quem acredite que ele poderia ocorrer em toda a Serra do Mar, o que nutre esperanças, visto que ainda há muitos lugares inexplorados no litoral de sul do estado.
Foi classificado como “CR” (criticamente ameaçado de extinção) pela IUCN, devido a sua população mínima é estimada em 50 indivíduos e conhecida por apenas uma localidade depois de mais de 100 anos sem registros confirmados, é provável que continue a declinar devido a extensa perda e fragmentação de seu habitat dentro da sua já pequena zona de distribuição.
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Essa classificação é a última daquela que ainda pode dar alguma esperança, pois, após ela, só restam a classificação de “extinta na natureza”, que é quando tem apenas exemplares em cativeiros e “extinta”.
De acordo com o site wikiaves, há registros não confiáveis da espécie depois de 1996 feitos na região de Teresópolis, em Ubatuba-SP e entre Nova Friburgo-RJ e Sumidouro-RJ, mas as investigações não confirmaram a suposta aparição.
Um espécime coletado supostamente em algum lugar do estado de São Paulo, entre Maio de 1819 e Abril de 1820, foi descoberto no Museum für Naturkunde de Berlin em 2007, o que estende a área sobre a qual a espécie pode haver ocorrido, ao menos anteriormente.
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