Pais de pet são considerados pais verdadeiros? / Foto de Spencer Gurley Films/Pexels
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No mês de agosto é comemorado o Dia dos Pais, data em que pais e filhos se reúnem para comemorar enquanto almoçam ou jantam juntos, relembram questões da infância, falam de futilidades, sobre o futuro e tudo mais. Mas, e quem não tem filhos, apenas gatos ou cachorros, pode ser considerado "pai"?
A expressão "pai de pet" gera muita polêmica, principalmente nas redes sociais. Para alguns, é um absurdo dizer ser pai de um gato ou cachorro, por exemplo, enquanto para outros isso é absolutamente normal e não passa de uma demonstração de amor e compromisso com seu animalzinho.
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Ser pai é algo que envolve amor, carinho, correção, comprometimento, cuidados e o compromisso em garantir a melhor qualidade de vida possível ao seu filho, dentro da sua realidade de vida. Se você tem estes atributos, parabéns, você pode ser considerado um bom pai.
Quando uma pessoa adota um pet ela também assume ali uma responsabilidade em sempre fazer o melhor pelo seu bichinho, dentro do seu alcance. Dar amor, carinho, educar e tratá-lo como alguém importante não tem absolutamente nenhuma relação com raças (humana x felina x canina).
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Muitas mulheres acabam criando seus filhos sozinhas diante de uma figura masculina que não quis assumir seu papel de pai. E o consenso de valores aponta que este homem não pode ser considerado pai, já que não participa do processo de criação de seu filho. Concordam?
Muitos defendem a ideia de que pai é quem ajuda a criar e a educar, mas, ora bolas, se este conceito se aplica aos papais da raça humana, qual o impeditivo de se aplicar aos papais de pets?
Se um casal adota uma criança, eles não podem ser considerados pais dela, pelo fato de não a terem concebido?
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Se pai ou mãe são os que criam, alimentam e educam, estes são pais legítimos, correto? Se assim são, mais uma vez levanta-se o questionamento: qual razão as pessoas que cuidam de gatos ou cachorros não podem se intitular "pais de pet"?
Um verdadeiro pai de pet vivencia toda a experiência paterna. Quando seu animalzinho está doente, por exemplo, através dos remédios na hora certa, a preocupação com o bem estar do animal, levá-lo ao veterinário, fazer carinho, dar colo etc.
A ciência já provou essa relação através de um estudo japonês feito pela Universidade de Azabu e publicado pela revista Science, onde a conexão de humanos e os pets era igual a de pais com seus filhos, através de olhares e demonstrações de carinho, que liberam um hormônio no cérebro chamado de ocitonina, que é responsável por estabelecer relações de confiança e é conhecido como o "hormônio do amor".
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“O animal pode, ainda, fazer parte do tratamento de várias doenças psicológicas como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático. A presença desse animal traz uma melhora na qualidade de vida dessa pessoa por conta do vínculo afetivo que é criado. Esses animais podem proporcionar conforto para auxiliar no controle dessas doenças, desses transtornos, e eles ajudam também na socialização e na redução do estresse”, explica Naila Fukimoto, doutora em psicologia experimental em comportamento animal pela Universidade de São Paulo (USP).
Se há amor, comprometimento, cuidados e responsabilidade afetiva com os bichinhos, pais de pets são tão pais quanto os pais de humanos, certo?
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