Glaciar Thwaites, na Antártida, contribui, atualmente, com 4% do aumento global do nível do mar a cada ano / Alexandra Mazur/University of Gothenburg
Continua depois da publicidade
O oceano está avançando embaixo da “Geleira do Juízo Final”, na Antártida. Assim revela um novo estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences nesta segunda-feira (20). A consequência? Com o derretimento da água salgada, e mais quente, haverá um aumento no nível do mar em mais de 60 centímetros.
A geleira já contribui, atualmente, com 4% do aumento global do nível do mar a cada ano. Contudo, os cientistas estimam que seu colapso total pode aumentar o nível do mar em cerca de 3 metros, já que funciona como uma barragem natural para o gelo circundante na Antártida Ocidental
Continua depois da publicidade
A geleira - chamada oficialmente de Glaciar Thwaites - é a mais larga do mundo, com aproximadamente o tamanho do estado norte-americano da Flórida. Além disso, é a mais vulnerável e instável da Antártida, situada em uma terra de inclinação para baixo, facilitando a corrosão do gelo pela água.
Uma equipe de glaciologistas, liderada por cientistas da Universidade da Califórnia em Irvine, usou dados de radar de satélite de alta resolução do ano passado para criar um raio X da geleira.
Continua depois da publicidade
Segundo o professor de ciência Eric Rignot, coautor do estudo, no passado, só dados esporádicos estavam disponíveis para análise. Com a nova pesquisa e novo conjunto de dados, coletados diariamente e ao longo de vários meses, os cientistas estão observando com mais solidez o que está acontecendo.
Em entrevista à CNN, Rignot explicou que a passagem da água por muitos quilômetros por baixo da geleira diariamente “é o suficiente para ‘elevar’ a superfície da geleira em centímetros”.
A zona de aterramento, ponto em que o glaciar se eleva do fundo do mar e se torna uma plataforma de gelo, pode se mover quase 6,4 quilômetros em um ciclo de maré de 12 horas, segundo a pesquisa.
Continua depois da publicidade
Ainda segundo o professor, a velocidade da água do mar “aumenta o derretimento dos glaciares porque, assim que o gelo derrete, a água doce é eliminada e substituída por água do mar mais quente”.