Existe a possibilidade que o Bacharel seja Cosme Fernandes, Gonçalo da Costa ou Duarte Peres, que pelo boatos é o mais provável entre eles / Natália Bastos
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O Bacharel de Cananéia é uma figura envolta em mistério, mas de grande importância para a história do Brasil. Sua identidade permanece um enigma até hoje, com teorias que sugerem que ele poderia ser Duarte Peres, um português que teria chegado ao país em 1498.
Existe a possibilidade que o Bacharel seja Cosme Fernandes, Gonçalo da Costa ou Duarte Peres, que pelo boatos é o mais provável entre eles.
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Entretanto, essa hipótese jamais foi comprovada, e o que resta são especulações e fragmentos de sua trajetória, que o colocam como um personagem central, seja como herói ou anti-herói, na história das primeiras décadas da colonização brasileira.
O nome "Bacharel" não se refere a uma formação acadêmica como entendemos hoje. No século 16, esse termo era utilizado de forma pejorativa, descrevendo alguém que era visto como um "falastrão", um homem de muitas palavras e poucas ações.
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Embora seu verdadeiro nome seja desconhecido, o Bacharel fez sua entrada oficial na história do Brasil no dia 17 de agosto de 1531. Antes dessa data, era apenas mencionado em boatos.
Foi nesse dia que Pedro Annes, intérprete dos portugueses, foi enviado em uma expedição para verificar a veracidade de rumores sobre um homem branco que vivia em terras brasileiras.
Esse homem era o Bacharel de Cananéia, que, ao ser questionado pelo capitão Martim Afonso de Sousa sobre há quanto tempo estava no Brasil, respondeu que já vivia no país há mais de 30 anos.
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Essa informação foi registrada no diário de Pero Lopes de Sousa, sendo a primeira evidência documental de sua existência.
Uma das grandes perguntas que permanecem sem resposta é: por que o Bacharel foi parar em Cananéia?
A localização da cidade pode oferecer uma pista. A Cananéia ficava no limite das possessões de Portugal e Espanha no continente sul-americano, o que tornava o local estratégico para alguém com ambições de controlar o território.
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Nos anos seguintes, o Bacharel se tornaria um inimigo declarado dos portugueses, participando ativamente de conflitos que marcaram a história da região.
Em 1536, ele enviou uma carta para a rainha Isabel de Castela, afirmando ser o verdadeiro senhor das terras de Cananéia e se oferecendo para atacar os portugueses e converter o território em uma possessão espanhola.
Esse ato de traição culminou na terrível Guerra de Iguape, um dos conflitos mais violentos da época.
Após a guerra, o destino do Bacharel de Cananéia torna-se ainda mais nebuloso. Ele desaparece da história, e não se sabe ao certo se morreu em combate ou se fugiu para outras terras.
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Sua figura, no entanto, continua a fascinar historiadores e estudiosos, que buscam compreender se ele foi um defensor de uma causa maior ou simplesmente um traidor oportunista.
A verdade é que o Bacharel de Cananéia permanece um dos personagens mais intrigantes da história do Brasil, um homem cujo nome e motivações continuam envoltos em mistério, mas cuja influência não pode ser ignorada.